29 set
“É estarrecedor saber de duas mortes tão trágicas em menos de uma semana – uma em Brighton e outra em Marshfield,” afirmou Osvalda Rodrigues, Diretora do Programa de Combate à Violência Doméstica e Abuso Sexual da MAPS e do Escritório de Lowell da agência. “Isso mostra a importância de se educar as comunidades de língua portuguesa, a maior minoria linguística de Massachusetts, sobre prevenção à violência doméstica” completa.
No dia 21 de setembro, a polícia de Boston começou a investigar a morte, mais tarde referida como homicídio, de Edinalva Ferreira da Silva, 30 anos, em seu apartamento em Brighton. O marido dela estava desaparecido e foi declarado suspeito. Apenas cinco dias depois, Patrícia Fróis, de 24 anos, foi esfaqueada até a morte em Marshfield. A polícia prendeu o ex-namorado da jovem, com quem ela havia rompido recentemente um longo relacionamento, e que teria também se esfaqueado e levado a polícia a uma longa perseguição, o que provocou o fechamento de três escolas da região até a sua prisão. As duas mulheres trabalhavam como housecleaners (faxineiras) e haviam relatado problemas nos relacionamentos aos amigos.
“Nós só podemos supor as circunstâncias que levaram aos assassinatos dessas mulheres,” disse Rodrigues. “O que sabemos é que muitas pessoas em nossas comunidades continuam a sofrer silenciosamente em relacionamentos abusivos, porque não têm acesso a informações e ajuda em suas línguas nativas. Eles também têm muito medo de relatar crimes e violência porque acreditam que possam acabar sendo deportados, independentemente de sua condição imigratória.”
Rodrigues ainda salientou que muitas mulheres tem ainda o medo de que seus companheiros sejam deportados para o Brasil. A MAPS já ouviu inúmeras histórias de mulheres tendo suas famílias no Brasil ameaçadas se denunciassem a violência doméstica que sofriam. Muitas delas também dependem financeiramente de seus maridos ou companheiros, e evitam denunciá-los por não saber como iriam se manter sem a renda deles.
“A mensagem que queremos passar para as mulheres é de que não estão sozinhas e que não precisam continuar sofrendo abusos,” disse Rodrigues. “Existe ajuda, e em português. Temos uma equipe de profissionais treinados e extremamente dedicados, pronta para responder às suas perguntas e fazê-las voltar a se sentir em segurança e livres da violência doméstica.”
Qualquer pessoa procurando informações ou ajuda em português deve entrar em contato com uma das Agentes de Prevenção à Violência Doméstica da MAPS: na região de Boston, Dulce DePina no número (617) 825-5897 ou Soledade Dinis e Alessandra Lopes pelo telefone (617) 864-7600; Kate Lessard atende na região de Lowell pelo número (978) 970-1250. Dulce DePina também é fluente em Crioulo do Cabo Verde.
Paulo Pinto, Diretor Executivo da MAPS, afirmou que a agência está comprometida em acabar com a violência doméstica contra as mulheres de língua portuguesa em Massachusetts. “Nossos pensamentos e corações estão com as famílias e amigos dessas duas jovens que morreram sem necessidade e de maneira tão cruel,” afirmou.
A MAPS é uma organização privada e sem fins lucrativos, que vem oferecendo uma ampla variedade de serviços sociais e de saúde para as comunidades de língua portuguesa em Massachusetts desde 1970, incluindo prevenção, educação e ajuda a vítimas de violência doméstica há quase 15 anos, com apoio de fundos governamentais e privados. Recentemente, com um subsídio plurianual do Escritório de Violência Contra a Mulher do governo americano, a agência passou a oferecer serviços contra abuso sexual nas comunidades de língua portuguesa, incluindo brasileiros, cabo-verdianos e portugueses. A MAPS faz parte há vários anos da Jane Doe Inc., agência que reúne 60 organizações comunitárias que prestam serviços de violência doméstica e abuso sexual em todo o estado.
“Muitas barreiras sociais e culturais ainda impedem que as vítimas saiam em busca de apoio,” afirmou Toni K. Troop, Diretora de Comunicações da Jane Doe Inc. “Tudo o que sabemos sobre assassinatos ligados a violência doméstica é que não acontecem no vácuo. É nisso que temos esperança: podemos prevenir outras mortes com educação e respostas coordenadas da comunidade.”
A MAPS possui seis escritórios na grande Boston, Lowell e Framingham. Para mais informações, ligue para (617) 864-7600 ou acesse www.maps-inc.org
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