População não acredita mais em seriedade da CPI

Acredite. A CPI da Pedofilia criada em maio de 2009 para pegar os “peixes grandes” da prostituição infantil no Acre, não se reúne desde maio quando foi anunciada a realização, com mais de um ano de atraso, da oitiva com o assessor especial dos povos indígenas do Governo da Floresta, Francisco Pianko.

Protelado com as bênçãos dos deputados que compõem a base do governador Binho Marques (PT), que mesmo diante das graves denúncias investigadas pela Policia Federal, mantém Pianko no primeiro escalão de sua gestão, a oitiva de Pianko estacionou os trabalhos da CPI. As ameaças de seu relator, o deputado estadual Donald Fernandes (PSDB), de não concluir o relatório sem ouvir Pianko, foram ignoradas e o depoimento não aconteceu antes do período eleitoral.

Empurrando com a barriga, um dos fatos que chocou a opinião pública caiu no esquecimento. Mesmo após a realização do processo eleitoral ninguém fala mais no assunto. Nem mesmo no Ministério Público Federal onde corre uma investigação paralela, têm-se notícias de conclusão do processo.

No momento em que foi acusado, em janeiro de 2009, em carta, Mulheres indígenas que integram a Organização de Mulheres Indígenas do Acre, Sul do Amazonas e Noroeste de Rondônia realizaram um protesto, em que repudiaram a ex-coordenação do Movimento das Mulheres Indígenas e a interferência abusiva do assessor para Assuntos Indígenas do Governo do Estado do Acre, Francisco Pianko, no movimento.
"Solicitamos ao Governo do Estado do Acre que, por favor, mantenha seu assessor indígena Francisco Pianko distante de nossas reuniões e assembléias. Do contrario, não nos responsabilizaremos com o que lhe possa acontecer".
Pianko continua à frente dos assuntos indígenas do Governo do PT, como se nada estivesse acontecido. De acordo com as declarações prestadas ao Ministério Público Federal (MPF), Pianko, costumava presentear as adolescentes quando visitava as aldeias e ainda fornecia cachaça para todos os homens da tribo.
Duas adolescentes podem ter sido vitimas: a C.Y de 12 anos, da aldeia Yawanawá e a menor, S.Y, de 14 anos. De acordo com a denúncia as duas garotas até hoje sofrem seqüelas. Os familiares pediram ajuda do Programa Nacional de Proteção de Testemunhas, depois de terem sofrido várias ameaças.

Um outro fato que envolve mais um aliado do Partido dos Trabalhadores, em Capixaba, que seria o primeiro pedido de indiciamento feito pela Comissão, também perdeu seu foco, no dia 15 de abril deste ano, membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), prometeram encaminhar  ao Poder Judiciário, uma representação contra Jessé Lins, acusado de abusar sexualmente do enteado, (o menor J.V.R.R, de seis anos de idade, conforme denúncia da avó da vítima).  A decisão foi tomada logo depois do depoimento do acusado, que aconteceu na tarde no dia anterior ( 14 de abril). Até hoje, nenhuma providência foi tomada.
No dia 24 de abril quando deveria ser encerrada, a CPI foi prorrogada por mais 120 dias. No início de Julho, por ocasião do período eleitoral, deputados aprovam nova prorrogação dos trabalhos, após longas discussões sobre a oitiva de Pianko.

A população acreana, especialmente de Rio Branco não acredita mais na seriedade dos trabalhos. Ontem à tarde, em enquete realizada pelo ac24horas, Ana Gomes disse “que nunca nenhum político vai pegar peixe grande da Pedofilia porque no meio da pescaria vem alguns deles envolvidos”.//   O estudante Cristiano Cunha disse que a CPI serviu apenas de palanque político e assim mesmo acabou desgastando alguns integrantes.

- Que CPI é essa que não consegue prender ninguém. Quer pegar peixe grande mais foi mal coordenada, fraca como caldo de piaba – disse o estudante.

Jairo Carioca – da redação de ac24horas
Rio Branco, Acre
Js.carioca@hotmail.com

0 Comments:

Postar um comentário

Para o Portal Todos Contra a Pedofilia MT não sair do ar, ativista conclama a classe política de MT
Falta de Parceiros:Falsos militantes contra abuso sexual e pedofilia sumiram, diz Ativista
contato: movimentocontrapedofiliamt@gmail.com