A Polícia Federal (PF) investe em tecnologias inovadoras no combate à exploração sexual infantil na internet. Uma das armas mais recentes nessa luta, o software "NuDetective", desenvolvida por dois peritos do Mato Grosso do Sul, consegue identificar a presença de material com conteúdo sexual envolvendo menores em computador suspeito. A ferramenta será apresentada durante a VII Conferência Internacional de Perícias em Crimes Cibernéticos (ICCyber 2010), que será realizada em Brasília entre os dias 15 e 17 de setembro.
O "NuDetective" funciona por meio do reconhecimento automatizado de assinaturas de arquivos digitais. O software faz uma triagem na memória da máquina periciada em busca de conteúdos que indiquem a presença deste tipo de material pornográfico. Em breve, uma nova versão vai reconhecer os padrões de imagens, tornando a varredura nos sistemas suspeitos ainda mais confiável e precisa.
O perito criminal Marcos Vinicius conta que o "NuDedective" permitiu mais rapidez na detecção desse tipo de conteúdo, o que trouxe ganhos na hora de prender o suspeito em flagrante. Além do "NuDedective", peritos da PF também desenvolveram outras ferramentas para o combate à pedofilia na internet.
Uma delas é o "EspiaMule", que consegue pesquisar e coletar informações de usuários do programa de compartilhamento Emule, catalogando endereços e criando um mapa da distribuição de imagens de exploração sexual infantil. Utilizado na operação Tapete Persa, o "EspiaMule" será compartilhado com a Interpol, agência de polícia internacional.
Outro meio de combate é o software "WMM". Ele analisa vestígios de conversas do Messenger (MSN). A ferramenta consegue resgatar as conversas realizadas no programa, ajudando no combate e na elucidação de crimes. O "WMM" foi disponibilizado pela Polícia Federal brasileira e será utilizado pela Polícia Nacional da Espanha.
O que é crime segundo a Lei
Apresentar, produzir, vender, fornecer, divulgar ou publicar, por qualquer meio de comunicação, inclusive rede mundial de computadores ou internet, fotografias, imagens com pornografia ou cenas de sexo explícito envolvendo crianças e pré-adolescentes.
Com a mudança no artigo 241 do Estatuto da Criança e do Adolescente, a posse de fotografias ou vídeos - mesmo que o material não seja compartilhado - passou a ser crime, passível das mesmas punições aplicadas a quem repassa esse tipo de conteúdo.
Histórico
Nos últimos três anos, operações deflagradas pela Polícia Federal puderam contar com o auxílio valioso dessas ferramentas tecnológicas:
Operação Tapete Persa (2010)
Mais de 20 suspeitos de abuso sexual e pedofilia na internet foram presos durante a operação, deflagrada simultaneamente em 54 cidades de nove Estados brasileiros.
Operação Turko (2009)
Realizada no dia 18 de maio de 2009, cerca de 400 policiais cumpriram 92 mandados de busca e apreensão em 20 Estados e no Distrito Federal. Dez suspeitos foram presos.
Operação Laio (2009)
Deflagrada no dia 15 de setembro de 2009, a operação resultou na prisão em flagrante de sete pessoas. O alvo da ação foi um grupo que mantinha uma de rede de compartilhamento de fotos e vídeos, entre outros materiais com conteúdo de pedofilia pela internet. A operação aconteceu em São Paulo, Rio, Minas e Ceará, além do Distrito Federal.
Operação Carrossel II (2008)
Realizada no dia 3 de setembro, a Operação Carrossel II convergiu com os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito ¿ CPI, instaurada no Senado Federal em março de 2008, para investigar o assunto. A investigação contou com o apoio da Interpol no Brasil. Foram mobilizados 650 policiais, que cumpriram 113 mandados de busca e apreensão em 17 Estados e no Distrito Federal. As investigações da operação Carrossel identificaram aproximadamente 200 pedófilos em mais de 70 países.
Operação Carrossel I (2007)
Iniciada no dia 20 de dezembro, a operação tinha como objetivo reprimir a prática de pedofilia na rede mundial de computadores. A ação ocorreu simultaneamente em 14 Estados e no Distrito Federal e três suspeitos foram presos.
FBI estará presente em conferência no Brasil
Autoridades brasileiras e internacionais, especialistas, consultores e pesquisadores das áreas de segurança da informação, computação forense e direito eletrônico, se reúnem em Brasília/DF, entre os dias 15 e 17 de setembro, com o objetivo de discutir novas técnicas e ferramentas que auxiliem no combate aos chamados crimes cibernéticos.
O encontro se dará na Conferência Internacional de Perícias em Crimes Cibernéticos (ICCyber 2010), que é um dos mais importantes eventos de tecnologia e perícias em informática da América Latina.
O evento é realizado pela Associação Brasileira de Especialistas em Alta Tecnologia (ABEAT), em convênio com a Polícia Federal, por meio do Serviço de Perícias em Informática (SEPINF) do Instituto Nacional de Criminalística (INC).
O FBI ¿ Federal Bureau of Investigation (Polícia Federal dos Estados Unidos), é também uma das entidades apoiadoras, fundamentais tanto na formatação do conteúdo como no suporte institucional e no convite para a participação dos demais organismos e polícias internacionais.
Em 2010, o evento pretende reunir, no Centro de Eventos e Convenções Brasil 21, mais de 800 conferencistas brasileiros e do exterior. O público da ICCyber é composto por policiais e agentes públicos responsáveis pela persecução dos crimes cibernéticos, bem como por autoridades federais, estaduais e municipais, especialistas e gestores públicos e da iniciativa privada da área de segurança da informação.
Espera-se, nesta sétima edição da Conferência, a participação de mais de 20 países e de diversos núcleos de tecnologia do Brasil e do exterior. A edição 2010 será composta de três eventos principais: VII Conferência Internacional de Perícias em Crimes Cibernéticos (ICCyber 2010); V Conferência Internacional de Ciência da Computação Forense (ICoFCS 2010) e III Conferência Internacional de Treinamento e Exposição do Capítulo Brasília da HTCIA (IBTCE 2010).
PF exporta tecnologia contra exploração sexual infantil na web
setembro 11, 2010
No comments
0 Comments:
Postar um comentário
Para o Portal Todos Contra a Pedofilia MT não sair do ar, ativista conclama a classe política de MT
Falta de Parceiros:Falsos militantes contra abuso sexual e pedofilia sumiram, diz Ativista
contato: movimentocontrapedofiliamt@gmail.com