Polícia prende mulher que teria raptado bebê de 1 mês em Cuiabá


O bebê de apenas um mês que teria sido raptado por uma mulher na tarde de quinta-feira, 30, no Bairro Pedra 90, em Cuiabá, foi localizado pela Polícia hoje, 31. Segundo a Polícia Civil, a criança estava em poder de Juciane Santos Souza, 29. Ela foi presa em flagrante e levada para o Centro Integrado de Segurança e Cidadania – Cisc, no Bairro Planalto. 
 
A mulher e o bebê foram localizados pela Polícia, após denúncia anônima feita ao Centro Integrado de Operações de Segurança – Ciosp. Segundo a denúncia, uma mulher com as características divulgadas pela Polícia Judiciária Civil estaria com uma criança em um ponto de ônibus da região do Jardim Industriário. A guarnição da Polícia Militar foi acionada e prendeu a suspeita no local informado.
 
De acordo com a Polícia, a mãe do menino contou que foi abordada pela mulher no  ponto de ônibus, na Praça Maria Taquara, no Centro de Cuiabá. Ela disse que saiu do Bairro Parque do Lago, em Várzea Grande, para ir até a casa da cunhada no Pedra 90.
 
A adolescente narrou que uma mulher que disse se chamar “Ana”, começou a brincar com o bebê admirando como era gordinho. Segundo a menor, a suspeita disse que estava vindo da casa de uma mulher que lhe havia prometido uma criança e que essa mulher havia morrido com três facadas e a avó ficado com a criança. A suspeita disse ainda que  teria perdido o contato e que estava voltando da casa da tal mulher, mas não disse em que bairro.
 
Ainda de acordo com a declaração da adolescente, ambas entraram no ônibus com destino ao Jardim Industriário. Conforme a menor, durante a viagem a mulher disse que precisava de uma criança, por um dia, para apresentar a um homem que estaria chegando de Nova York, nos Estados Unidos, pois ele acreditava que ela estava grávida e ela precisava mostrar a criança, pois segundo a mulher "não era todo dia que encontrava um 'trouxa' para tirar dinheiro". 
 
A mulher contou ainda que tinha perdido a sua filha de sete meses. Segundo a adolescente, a mulher insistia para que lhe emprestasse a criança e a todo momento ligava para alguém, perguntando se o “Paulo” havia telefonado e lamentava que não tinha encontrado a criança.
 
Ainda nas declarações a adolescente revelou que a suspeita insistiu para que ela deixasse o menino com ela e que pagaria R$ 5 mil. A mulher disse que devolveria a criança no sábado em um posto de gasolina no Pedra 90, onde morava em frente.
 
A adolescente afirma que durante o trajeto não falaram mais sobre o assunto  e que desceu na praça do CAIC, no Pedra 90, onde a mulher também desembarcou. Neste instante, a mulher pediu para pegar a criança no colo. Enquanto seguia para a casa da cunhada a mulher pediu para a adolescente comprar uma água, dando-lhe R$ 100. A menor contou que foi até um bar e comprou a água com o próprio dinheiro, pois não havia troco para a cédula entregue pela suspeita.
 
Ao retornar ao trajeto, a menor disse que começou a chuviscar e depois a chuva engrossou, então a mulher pediu para ela ir comprar uma sombrinha, dizendo que o bebê poderia pegar pneumonia e ela também. A menina contou que então foi comprar  e que ao retornar, menos de cinco minutos depois, a mulher havia sumido com a criança.  
 
O delegado Gianmarco disse que a adolescente negociou a criança com mulher, mesmo acreditando que seria por pouco tempo. “Acreditamos que ela entegou a criança voluntariamente para a mulher. Negociou ‘emprestar’  a criança; durante a negociação a mulher pegou a criança enquanto a mãe foi até uma mercearia comprar uma sombrinha”, afirmou o delegado.
 
Conforme o delegado, a princípio, a suspeita poderá ser indiciada por tráfico de criança e a adolescente no Artigo 238 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que tipifica como crime quem “promete ou efetiva a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante paga ou recompensa”, com pena de reclusão de 1 a 4 anos e multa. O bebê será entregue ao Conselho Tutelar. 
 
O caso será encaminhado à Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica), para concluir as investigações.