Polícia acredita que pais biológicos podem ter sequestrado menina em Cuiabá






O delegado Flávio Henrique Stringueta, que investiga o sequestro da menina Ida Verônica Feliz, em Cuiabá (MT), disse nesta quinta-feira que não existe "quase nenhuma dúvida" de que os autores do crime sejam os pais biológicos da criança. Ele acredita também que a menina não esteja mais no Brasil.

Ida Verônica, de oito anos, foi levada da casa dos pais adotivos há uma semana. Ela havia sido adotada há cerca de sete anos, após os pais biológicos - o italiano Pablo Milano Escarfulleri e dominicana Elida Isabel Feliz - perderem a guarda dos dois filhos por causa de condenações por tráfico de drogas.

"A forma como aconteceu o sequestro, a falta de condições financeiras da família adotiva em pagar o resgate e o precedente da mãe biológica nos fazem acreditar que eles tenham planejado o crime", disse Stringueta.

O precedente citado pelo delegado foi o rapto de outro filho do casal, então com quatro anos, em setembro de 2010. Segundo Stringueta, Elida retirou o garoto de dentro do abrigo público onde ele vivia, também por decisão judicial. Desde então, não se tem notícia do menino. A Polícia Civil de Cuiabá acredita que a família vive hoje na Itália. A Interpol já foi acionada.

O crime ocorreu por volta das 13 horas do dia 26, quando Ida Verônica tomava banho nos fundos de casa, tendo a companhia de uma irmã adotiva adulta. Um homem teria chegado e pedido um copo d'água. Ao avistar Ida no fundo, sacou uma arma e pegou a garota. A irmã adotiva, Daniele Siqueira, de 27 anos, contou à polícia que a menina foi colocada, só de calcinha, dentro de um Celta, onde havia outro homem. Nesta quinta-feira a Polícia Civil divulgou o retrato-falado do homem que levou Ida, a partir da descrição de Daniele.

Desde o dia do crime, a mãe adotiva, dona Tarcila Siqueira, de 56 anos, implora pela localização da criança. Ela conta que conheceu Ida há sete anos, quando a mãe biológica se hospedou com a menina no hotel onde sua filha Daniele trabalhava. Elida, segundo Tarcila, abandonava a criança no apartamento para usar drogas na rua. Inconformada com a situação, Tarcila se aproximou de Ida. Com a decretação da perda da guarda, entrou com pedido de adoção.

Tarcila contou que, cerca de um mês atrás, recebera um telefonema de Pablo, que manifestou interesse de rever a filha.