Autores: Robert Bradshaw1, Rosalind Wolstenholme1, Robert D. Blackledge2, Malcolm R. Clench1, Leesa S. Ferguson1and Simona Francese1*
- 1.Universidade de Sheffield Hallam, Centro de Pesquisa Biomédica, Sheffiel, UK.
- 2.Laboratório Forense do Serviço de Investigação Criminal Naval, San Diego, USA.
Uma técnica desenvolvida pela Universidade de Sheffield Hallam no Reino Unido e por Laboratório Forense nos EUA pode provar se uma pessoa teve contato com uma camisinha, potencialmente colocando-a num local de violência sexual. O método, desenvolvido pelos pesquisadores do Centro de Pesquisas Biomédicas da Universidade, é capaz de detectar lubrificante de camisinha em impressões digitais deixadas pelo suspeito na cena do crime. A técnica também permite a comparação entre o lubrificante presente nas impressões digitais do suspeito com aquele residual encontrado na secreção vaginal da vítima.
Os pesquisadores foram capazes de encontrar lubrificantes de duas marcas altamente populares no Reino Unido, além de terem obtido sucesso na análise inclusive para impressões produzidas há algumas semanas. Através de um método chamado de MALDI (Matrix Assisted Laser Desorption/Ionization) associado à espectrometria de massas, que mapeia o padrão de cristas da impressão latente e detecta perfis dos componentes do lubrificante na impressão.
Figura. Imagens geradas em MALDI de impressões contaminadas por camisinha da marca “Condomi max love”. (A) Imagens dos componentes de baixo peso molecular (primeira linha) e daqueles de elevado peso molecular (segunda linha). (B) Imagens de componentes endógenos (produzidos por glândulas da pele) como ácido oleico (283,2) e colesterol (369,2).
No Reino Unido, é bastante comum o estupro com a utilização de camisinha, devido ao risco de contágio de doenças sexualmente transmissíveis e também para que o autor evite deixar vestígios de seu DNA na vítima. O suspeito fica imediatamente ligado à vítima quando o lubrificante de uma determinada marca de camisinha, detectado em sua impressão digital colhida no local do crime, for compatível com aquele encontrado no corpo da vítima.
Artigo original: Bradshaw, R., Wolstenholme, R., Blackledge, R. D., Clench, M. R., Ferguson, L. S., & Francese, S. (2011). A novel matrix-assisted laser desorption/ionisation mass spectrometry imaging based methodology for the identification of sexual assault suspects. Rapid Communications in Mass Spectrometry, 25(3), 415–22. doi:10.1002/rcm.4858
Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21213360