A mãe, a adolescente R.T.I.S, de 15 anos, teria negociado o filho por R$ 5 mil, para deixá-lo com a mulher até sábado.
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Imagens divulgadas pela Polícia Judiciária Civil ajudaram na localização do bebê de apenas 1 mês de vida, levado na tarde de quinta-feira (30.05), por uma mulher na região do bairro Pedra 90, em Cuiabá. Desde o sumiço da criança, a Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) trabalhava na identificação da mulher que pegou a criança do colo da mãe, a adolescente R.T.I.S, de 15 anos, que teria negociado o filho por R$ 5 mil, para deixá-lo com a mulher até sábado (01.06).
Com a divulgação do perfil da mulher na imprensa, uma denúncia via Centro Integrado de Operações de Segurança (CIOSP) levou a localização da mulher e da criança. Segundo a denúncia, uma mulher com características divulgadas estaria com uma criança em um ponto de ônibus da região do Jardim Industriário. A guarnição da Polícia Militar foi acionada e prendeu a suspeita no local informado.
A criança estava em poder Juciane Santos Souza, de 29 anos, conduzida em flagrante ao Plantão da Polícia Civil, no bairro Planalto. O delegado Gianmarco Paccola Capoani, adjunto da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e o delegado plantonista Ivar Polesso, vão conduzir a lavratura do flagrante.
Conforme o delegado Gianmarco Paccola, a princípio, a suspeita poderá ser indiciada por tráfico de criança e a adolescente no Artigo 238 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que tipifica como crime quem “promete ou efetiva a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante paga ou recompensa”. Com pena de reclusão de 1 a 4 anos e multa. O bebê será entregue ao Conselho Tutelar.
No segundo termo de declaração colhido pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), a mãe do menino de pouco mais de 1 mês contou que foi abordada pela mulher no ponto de ônibus, na Praça Maria Taquara, no Centro de Cuiabá. Ela disse que saiu do bairro Parque do Lago, em Várzea Grande, para ir até a casa da cunhada no Jardim Industriário.
A adolescente narrou que uma mulher que disse se chamar “Ana”, começou a brincar com o bebê admirando como era gordinho. Segundo a menor, a suspeita disse que estava vindo da casa de uma mulher que lhe havia prometido uma criança e que essa mulher havia morrido com três facadas e a avó ficado com a criança. A suspeita falou ainda que teria perdido o contato e que estava voltando da casa da tal mulher, mas não disse em que bairro.
Ainda de acordo com a declaração da adolescente, ambas entraram no ônibus com destino ao Jardim Industriário e que a suspeita a ajudou com a bolsa de fraldas para que pudesse entrar no ônibus. A mulher entrou e foi se sentar nos fundos do ônibus e a adolescente sentou ao seu lado.
Conforme a menor, durante a viagem a mulher disse que precisava de uma criança, por um dia, para apresentar a um homem que estaria chegando de Nova York, nos Estados Unidos, pois ele acreditava que ela estava grávida e ele precisava mostrar a criança. A mulher contou ainda que tinha perdido a sua filha de 7 meses. Segundo a adolescente, a mulher insistia para que lhe emprestasse a criança e a todo momento ligava para alguém, perguntando se o “Paulo” havia telefonado e lamentava que não tinha encontrado a criança.
O delegado Gianmarco disse que a adolescente negociou a criança com mulher, mesmo acreditando que seria por pouco tempo. “Acreditamos que ela entrou a criança voluntariamente para a mulher. Negociando ‘emprestar’ e durante a negociação a mulher pegou a criança enquanto a mãe foi até uma mercearia comprar uma sombrinha”, afirmou o delegado.
Ainda nas declarações a adolescente contou que a suspeita insistiu para que ela deixasse o menino com ela e que pagaria R$ 5 mil e que devolveria a criança no sábado em um posto de gasolina no Pedra 90, onde morava em frente.
A adolescente conta que durante o trajeto não falaram mais sobre o assunto que desceu na praça do CAIC, no Pedra 90, onde a mulher também desembarcou. Neste instante pela pediu para pegar a criança no colo e enquanto seguia para a casa da cunhada a mulher pediu para ela comprar uma água, lhe dando R$ 100. A menor contou que foi até um bar e comprou a água com o próprio dinheiro, pois não havia troco para o dinheiro.
Ao retornar ao trajeto, a menor disse que começou a chuviscar e depois a chuva engrossou, então pediu para ela ir comprar uma sombrinha, porque ficou com medo do bebê pegar pneumonia. Quando voltou, cinco minutos depois, a mulher havia sumido com a criança.