Aumento nos casos de estupro deixa alerta

No caso de crianças são sempre pessoas próximas que partem para o abuso; Mulheres: atenção à bebidaAGÊNCIA BOM DIA



A recente alta nos registros de estupros em médias e grandes cidades, coloca o Brasil  em estado de alerta para esse tipo de crime. Nos quatro primeiros meses do ano, só em Jundiaí foram registrados 37 casos.
Gabriela Pavez, professora da PUC especializada em violência contra a mulher, aponta que esse alto número tem fundo cultural. “O corpo da mulher é visto por muitos homens como um objeto a ser usado”, diz. “São necessárias ações contra isso desde a escola. É preciso também informar.
Toda mulher deve saber que, em caso de abuso, pode ir ao sistema público de saúde e à delegacia. E tem de ser bem recebida.”
Especialistas  dizem ainda que parte da alta pode significar uma maior disposição em dar queixa. Dulce Xavier, da ONG Entre Nós, afirma que, feita a denúncia, a investigação deve ser exemplar. “É preciso uma apuração vigorosa, para que não haja impunidade e outras mulheres, mesmo fragilizadas pelo crime, tenham força para denunciar.”
Proximidade / Responsável por comandar investigações sobre abusos sexuais, a delegada Celi  Carlota, da 1 DDM (Delegacia da Mulher) na Capital, afirma que a maioria dos estupradores são parentes ou conhecidos das vítimas.
“Principalmente nos casos que envolvem crianças”, diz. “Em geral, eles violentam as vítimas em casa.”
Já os estupradores de rua, diz Celi, usam artimanhas. “Costumam oferecer emprego, principalmente como modelo.”  Ela diz que, em bares, mulheres devem ficar atentas às bebidas, para não caírem no golpe Boa Noite Cinderela (em que o criminoso usa sonífero para abusar da vítima).

A delegada diz que boa parte dos criminosos não têm antecedentes. “Mas costumam atacar mais de uma vez.” Celi diz que é importante que a denúncia seja feita logo. “Ajuda a investigação e a elaboração do retrato falado.”