Fonte: Prefeitura de Castilho
Os primeiros reflexos negativos da exploração midiática sobre o suposto caso de pedofilia registrado numa escola municipal de Castilho já começaram a se manifestar. Não bastasse a situação tensa que envolve as duas famílias diretamente envolvidas no caso, a exposição pública antes que o caso pudesse ser "blindado" com o recurso de sigilo disponível às autoridades envolvidas (e que poderia perfeitamente ser utilizado até que todas as dúvidas fossem eliminadas), está fazendo pessoas inocentes que trabalham nas escolas também pagarem pela generalização daqueles que preferem julgar antes que os fatos tenham sido devidamente apurados.
É o caso, por exemplo, de um servidor público municipal que trabalha numa escola da prefeitura e que, por azar do destino, também é conhecido por um apelido que coincide exatamente com o primeiro nome do acusado neste suposto caso de pedofilia.
Músico, evangélico e bastante responsável, o jovem Alexandro Gonçalves, que é mais conhecido pela grande maioria dos alunos pelo apelido de "Juninho", relatou nesta terça-feira (21) à nossa reportagem que tem recebido ameaças através de mensagens e ligações anônimas.
A situação chegou a tal ponto que ele se viu na obrigação de registrar um Boletim de Ocorrência relatando estas ameaças na delegacia de polícia local afim de garantir, pelo menos, a sua integridade física, já que a emocional é coisa difícil de resolver de forma imediata.
"Juninho" contou à nossa reportagem que na própria escola onde trabalha, alguns alunos o abordaram perguntando :“Tio, por que você fez isso?", ou, então, "Quando que você foi solto?”. Questionado sobre a sensação em relação a estas abordagens, ele nos conta que o fato é, no mínimo, constrangedor.
Para que fique claro aos leitores em geral, Alexandro Gonçalves, que é mais conhecido pelo apelido de "Juninho", não é o suspeito neste e em nenhum outro caso. Ele trabalha na escola há 04 anos e nunca sequer recebeu uma advertência de seus superiores.
Os únicos consolos dele são o apoio incondicional de familiares e amigos, a sua fé em Deus somada à ausência de qualquer culpa e, também, o apoio que vem recebendo de alguns alunos da escola onde trabalha, que fizeram questão de lhe escrever "cartinhas" de apoio e solidariedade.
São fatos lamentáveis como este, motivados pelo "achismo" e "pré-julgamento" de casos ainda em processo de investigação que reforçam frases populares e também do direito constitucional brasileiro que reza: "todo cidadão é inocente até que se prove o contrário". Que tal refletir melhor sobre o caso e aguardar as investigações antes de apontarmos o dedo na direção de "supostos" acusados?





