O filho do empresário Eike Batista, Thor Batista, 21, falou nesta quinta-feira (25) em juízo pela primeira vez sobre seu envolvimento em um atropelamento ocorrido em março de 2012. O acidente resultou na morte de um ciclista Wanderson Pereira dos Santos. De acordo com ele, foram feitos acordos com a família da vítima. Ele conta que deu R$ 300 mil para uma tia de Santos.
Thor foi ouvido nesta tarde no Fórum de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, por conta do processo de homicídio culposo, quando não há intenção de matar, pela morte do ciclista, ocorrida na rodovia Washington Luís, em Duque de Caxias.
E disse ainda que tem recibos e documentos que comprovam os depósitos para uma tia de Santos, identificada apenas como Maria Vicentina. A vítima não tinha filhos e vivia com essa tia. A reportagem não conseguiu contatos com a família da vítima.
Velocidade
O filho do empresário voltou a afirmar o que disse à polícia na época do acidente. Na ocasião, ele confirmou que trafegava dentro da velocidade permitida (110 km/h), que estava muito escuro no local. Em seu depoimento, Thor disse que o acidente foi "inevitável".
Um laudo divulgado no último dia 10 indicava que Thor dirigia entre 100 km/ a 115 km/h no momento do atropelamento. O laudo anterior, que foi retirado do processo, dizia que ele estava a pelo menos 135 km/h.
Em fevereiro, a Justiça anulou o primeiro laudo sob a justificativa de que o perito responsável havia tido contato direto com a Promotoria mais de uma vez. A assessoria do Thor Batista não comenta o caso.
Thor conta ainda que, como o carro que dirigia é baixo - Mercedes-Benz SLR McLaren -, viu apenas o quadro da bicicleta e um homem negro no meio da pista. Segundo ele, quando notou o ciclista "já estava em cima dele" e que freou o veículo. "O impacto foi grande", disse em depoimento. Ele afirmou ainda que sentiu um "solavanco" nos ombros e nos braços. O vidro do veículo estilhaçou com o impacto.
Em março, Thor faltou a uma audiência no fórum. A defesa dele alegou na época que a ausência era por conta de uma enfermidade não revelada, mas justificada em atestado médico, entregue à juíza Daniela de Souza, responsável pelo caso. Outro motivo alegado foi que o novo laudo sobre a velocidade do carro não estava pronto.
O filho de Eike afirmou ainda que nunca teve mais de um veículo em seu nome e que atualmente dirige três veículos diferentes. Segundo ele, nenhum dos carros é de sua propriedade. O único carro que tinha em seu nome, um veículo esportivo, foi vendido "em razão de problemas financeiros que sua empresa vem passando", declarou.
O carro envolvido no acidente era de propriedade de Eike Batista.
A sentença deve sair até o final do semestre, mas cabe recurso para ambas as partes.





