Pais foram presos em flagrante e são acusados de espancar e violentar menino de três anos em Tangará da Serra
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Da Reportagem
Com traumatismo no crânio, dois dentes quebrados, hematomas pelo corpo e sinais de violência sexual, o estado de saúde do pequeno J.P., de quase três anos, supostamente agredido pelos pais, Fernando Bruno e Luziane da Silva, é considerado gravíssimo.
Transferido de Tangará da Serra(245 km de Cuiabá), onde vivia com a família, o menino está internado na ala amarela da pediatria do Pronto-Socorro de Cuiabá desde o dia 31 de dezembro. Nesse setor, classificado como semi-UTI, JP está intubado e em coma induzido, segundo a assessoria de imprensa da unidade hospitalar.
No dia 30, após a criança apresentar crises convulsivas e ficar desacordada, os pais acionaram o Serviço Médico de Urgência (Samu). Tanto os médicos do Samu, como os policiais militares e médicos que o receberam hospital de Tangará, entenderam que se tratava de um caso de agressão. Fernando, 21 anos, e Luziane, de 27, foram presos em flagrante delito.
Autuados por tortura qualificada e estupro de vulnerável, ambos alegaram em depoimento na Polícia que a criança teve convulsões e bateu a cabeça no chão, e que por isto apresentava traumatismo
craniano.
O mais grave é que a agressão teria ocorrido pelo menos quatro dias antes. Ou seja, o menino passou um longo período sofrendo com dores até convulsionar e ficar desacordado para só então, os pais pedirem
socorro.
Com os pais presos, até o início da noite de ontem, não havia nenhum parente ou amigo acompanhando a internação do menino em Cuiabá. O caso, porém, foi registrado pelo plantão do Conselho Tutelar da Capital no momento da entrada da vítima no PSMC.
O conselheiro tutelar cuiabano, Devair Rodrigues, recebeu a criança,acompanhou a internação e fez um relatório sobre o caso, descrevendo os sinais de espancamentos visíveis na criança e relatos pelos médicos para informar ao juiz da Infância e Juventude.
Ontem, informações que constariam no depoimento de uma suposta babá do garoto asseguravam que essa na seria a primeira agressão sofrida por JP. Há mais de um ano, conforme a fonte, ele estaria sendo vítima de espancamentos praticados principalmente pela mãe, Luziane da Silva.
Como o flagrante da prisão dos pais foi lavrado durante o plantão da Delegacia Municipal de Tangará da Serra, a previsão é que somente a partir de hoje novas provas e depoimentos sejam tomados.
A escrivã da delegacia informou que serão solicitados laudos médicos
tanto do hospital de Tangará, quanto do PSMC para que possam ser
anexados e encaminhados ao juiz dentro do prazo legal, de 10 dias, para casos de prisões em flagrante delito.
O mais provável é que esses procedimentos sejam encaminhados pelo delegado municipal Daniel Rosan Vembramel, o mesmo que autuou os pais de JP.
Os traumas e hematomas espalhados pelo corpo do menino, inclusive no rosto, assim como a informação de que ele teria passado dias sem atendimento, tem provocando revolta entre profissionais de saúde e todos que acompanham o caso.