Governo estadual quer que local seja contemplativo e abrigue um centro geológico, já o Município defende a manutenção da essência popular
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Da Reportagem
As opiniões sobre o funcionamento do Complexo da Salgadeira seguem divididas entre as autoridades envolvidas nas obras de revitalização do balneário, que fica localizado no quilômetro 45 da rodovia MT-251, sentido Cuiabá-Chapada dos Guimarães.
Diversas autoridades se reuniram nesta sexta-feira (18) na sala de reuniões do Tribunal de Justiça de Mato Grosso para debater o assunto.
O governo do Estado, por meio da secretarias do Estado de Desenvolvimento do Turismo e do Meio Ambiente, defende que o espaço não seja aberto para o banho. Já a Prefeitura de Cuiabá e o Tribunal de Justiça sustentam que a Salgadeira seja, sim, utilizada como uma opção de lazer que vá além da contemplação, como sugere a parte contrária.
Na avaliação do prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB), transformar o Complexo num local voltado apenas para o turismo contemplativo é um erro, pois foge a essência do local.
“O ‘DNA’ da Salgadeira é popular. Essas mudanças e alterações propostas não têm nada a ver com um centro de lazer popular. É algo que não vai se sustentar ao longo dos anos. É um erro de conceito”.
Ele argumenta que a população da Grande Cuiabá possui uma grande carência por espaços públicos de lazer e que por isso a Salgadeira não deve ter os banhos proibidos, por exemplo.
Já a titular da Sedtur, Teté Bezerra (PMDB), sustente que, por estar situado numa unidade de conservação, o Complexo deve ter a visitação rigidamente controlada e os banhos vetados.
“Numa unidade de conservação, a relação das pessoas com o meio-ambiente deve ser outra. O lugar (Salgadeira) não suporta mais uma visitação da mesma forma de antes. A lâmina de água mal chega a 10 centímetros. Além disso, existem outros lugares para a população se refrescar”.
Uma das propostas apresentada pela Sedtur é de se criar no Complexo um Centro Geológico.
As autoridades, porém, entraram em comum acordo de que o espaço deve ser aberto o quanto antes. A intenção é de abrir o Complexo até dezembro deste ano. As obras de revitalização do espaço devem se iniciar em junho. Os projetos de recuperação de área degradada, bem como o paisagístico do local deverão estar devidamente concluídos até março, para que seja realizado o processo licitatório que irá definir a empresa responsável pelas obras de revitalização.
A Salgadeira foi interditada em 15 de setembro de 2010, após o Ministério Público ingressar com uma ação civil pública. Entre os motivos, estava uma série de irregularidades ambientais, como lixo e esgoto a céu aberto e erosão do solo, além da ausência de licenciamento ambiental para os restaurantes que funcionavam no local.
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