Perseguição:Empresário Paulo Gasparotto, presidente da CDL e que lidera o movimento na tentativa de derrubar aumento do imposto é filiado ao PSD do presidente da Câmara e estaria agindo com viés político


Romilson Dourado

Vereadores criticam mudanças no IPTU, mas não querem discutir aumento de salário de R$ 9 mil para R$ 15 mil e da verba indenizatória de R$ 15 mil para R$ 25 mil concedidos na mesma sessão
* Empresário Paulo Gasparotto, presidente da CDL e que lidera o movimento na tentativa de derrubar aumento do imposto é filiado ao PSD do presidente da Câmara e estaria agindo com viés político
* Prefeitura da Capital, sob Mauro Mendes, alega que elevação do IPTU atinge bolso dos chamados mais ricos e amplia de 28 mil para 68 mil o número de contribuintes que ficarão isentos de pagamento

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-- Empresário Paulo Gasparotto, da CDL e do PSD
Empresário Paulo Gasparotto, da CDL e do PSD
   Na mesma sessão extraordinária da Câmara de Cuiabá na qual aprovou o projeto que aumenta em 25% o Imposto Predial e Territorial Urbano e ao mesmo tempo amplia a isenção do tributo de 28 mil para 68 mil contribuintes - aqueles considerados com menos condições financeiras - foram aprovadas também as propostas de elevação do salário dos próprios vereadores e da verba de gabinete. Mesmo assim, por conveniências políticas, um grupo de parlamentares passou a disparar a metralhadora giratória apenas em relação às mudanças no valor do IPTU, uma forma de já se opor ao governo Mauro Mendes (PSB), mesmo se tratando do projeto de lei complementar 43, encaminhado à Câmara pelo ex-prefeito Chico Galindo (PTB).
    Os três projetos (aumentos do IPTU, do salário dos vereadores e da verba indenizatória) foram aprovados pela maioria dos parlamentares na sessão extraordinária de 21 de dezembro. Com novo subsídio, cada um dos 25 vereadores passa a ganhar R$ 15 mil, um aumento de 65%. Antes, o salário estava fixado em R$ 9 mil. Sem dar chance para qualquer discussão, os parlamentares subiram também o valor da verba indenizatória, de R$ 15 mil para R$ 25 mil, outro reajuste de 67%. Somando as duas vantagens financeiras, cada vereador pela Capital vai embolsar R$ 40 mil mensais. Juntos, o montante a ser destinado ao salário e à verba indenizatória chega a R$ 12 milhões (R$ 1 milhão mensal) para um Legislativo que terá R$ 2,4 milhões de duodécimo todo mês.
    Sobre essas vantagens para o bolso, os vereadores não querem abrir o debate. Preferem ficar na trincheira e disparar contra o Palácio Alencastro. O grupo conduzido pelo vereador João Emanuel (PSD), eleito presidente da Câmara como candidato da oposição, está desenvolvendo ações políticas para derrubar o aumento do IPTU. O primeiro a ser convocado para liderar o movimento é o empresário Paulo Gasparotto, presidente do Clube de Dirigentes Lojistas de Cuiabá. Detalhe: Gasparotto é filiado ao PSD de João Emanuel e do presidente da Assembleia, deputado José Riva. Por causa disso, o empresário está sendo acusado pelo bloco situacionista de usar a entidade de classe com viés político.
    Na versão do Palácio Alencastro, Gasparotto é um dos líderes do movimento contra a mudança no valor do IPTU porque, primeiro, é um dos que serão afetados no bolso, já que o aumento "sacrifica" os chamados mais ricos e, segundo, para reforçar o bloco de oposição que está se formando contra o prefeito Mauro. A alegação da prefeitura é de que o aumento da taxa de 0,40% para 0,50% "atinge a classe com melhor poder aquisitivo e faz justiça tributária com os mais pobres, uma vez que o número de contribuintes que ficarão isentos de IPTU será elevado de 28 mil para 68 mil residências, o que beneficiaria cerca de 280 mil pessoas.
    Devido à polêmica, o prefeito não autorizou, por enquanto, as mudanças nos cálculos do IPTU para este ano. Diz que fará "tudo dentro da legalidade". Enquanto isso, a Câmara Municipal ingressará com Adin, na expectativa de conseguir anular o projeto articulado pela gestão Galindo e pelo ex-presidente Júlio Pinheiro e que virou lei.
Fonte:http://www.rdnews.com.br/blog/post/apenas-sessao-do-iptu-nao-teve-rito-processual-legal-diz-fabiana