Romilson Dourado
* Vereadores criticam mudanças no IPTU, mas não querem discutir aumento de salário de R$ 9 mil para R$ 15 mil e da verba indenizatória de R$ 15 mil para R$ 25 mil concedidos na mesma sessão
* Empresário Paulo Gasparotto, presidente da CDL e que lidera o movimento na tentativa de derrubar aumento do imposto é filiado ao PSD do presidente da Câmara e estaria agindo com viés político
* Prefeitura da Capital, sob Mauro Mendes, alega que elevação do IPTU atinge bolso dos chamados mais ricos e amplia de 28 mil para 68 mil o número de contribuintes que ficarão isentos de pagamento
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Empresário Paulo Gasparotto, da CDL e do PSD
Os três projetos (aumentos do IPTU, do salário dos vereadores e da verba indenizatória) foram aprovados pela maioria dos parlamentares na sessão extraordinária de 21 de dezembro. Com novo subsídio, cada um dos 25 vereadores passa a ganhar R$ 15 mil, um aumento de 65%. Antes, o salário estava fixado em R$ 9 mil. Sem dar chance para qualquer discussão, os parlamentares subiram também o valor da verba indenizatória, de R$ 15 mil para R$ 25 mil, outro reajuste de 67%. Somando as duas vantagens financeiras, cada vereador pela Capital vai embolsar R$ 40 mil mensais. Juntos, o montante a ser destinado ao salário e à verba indenizatória chega a R$ 12 milhões (R$ 1 milhão mensal) para um Legislativo que terá R$ 2,4 milhões de duodécimo todo mês.
Sobre essas vantagens para o bolso, os vereadores não querem abrir o debate. Preferem ficar na trincheira e disparar contra o Palácio Alencastro. O grupo conduzido pelo vereador João Emanuel (PSD), eleito presidente da Câmara como candidato da oposição, está desenvolvendo ações políticas para derrubar o aumento do IPTU. O primeiro a ser convocado para liderar o movimento é o empresário Paulo Gasparotto, presidente do Clube de Dirigentes Lojistas de Cuiabá. Detalhe: Gasparotto é filiado ao PSD de João Emanuel e do presidente da Assembleia, deputado José Riva. Por causa disso, o empresário está sendo acusado pelo bloco situacionista de usar a entidade de classe com viés político.
Na versão do Palácio Alencastro, Gasparotto é um dos líderes do movimento contra a mudança no valor do IPTU porque, primeiro, é um dos que serão afetados no bolso, já que o aumento "sacrifica" os chamados mais ricos e, segundo, para reforçar o bloco de oposição que está se formando contra o prefeito Mauro. A alegação da prefeitura é de que o aumento da taxa de 0,40% para 0,50% "atinge a classe com melhor poder aquisitivo e faz justiça tributária com os mais pobres, uma vez que o número de contribuintes que ficarão isentos de IPTU será elevado de 28 mil para 68 mil residências, o que beneficiaria cerca de 280 mil pessoas.
Devido à polêmica, o prefeito não autorizou, por enquanto, as mudanças nos cálculos do IPTU para este ano. Diz que fará "tudo dentro da legalidade". Enquanto isso, a Câmara Municipal ingressará com Adin, na expectativa de conseguir anular o projeto articulado pela gestão Galindo e pelo ex-presidente Júlio Pinheiro e que virou lei.
Fonte:http://www.rdnews.com.br/blog/post/apenas-sessao-do-iptu-nao-teve-rito-processual-legal-diz-fabiana





