Número de casos de violência contra crianças e adolescentes cai quase 40% na GV


TV Vitória
Redação Folha Vitória
Reprodução TV VitóriaEm 2012, o número de ocorrências de violência física ou sexual contra crianças e adolescentes caiu 39% na Grande Vitória, em comparação com o ano anterior. Em 2011, foram mais de 2821 ocorrências, sendo 470 relacionadas a abuso sexual. Já no ano passado, foram 2027 casos, sendo 430 de estupro.
A maior parte dos crimes de violência sexual foi cometida por familiares. Em um dos casos, uma menina de apenas três anos de idade foi abusada pelo próprio tio no final do ano passado. A mãe contou que descobriu por acaso.

“Fui dar um banho nela e ela falou que estava com dor. Eu perguntei como e ela disse que tinha machucado, que tinha caído da escada. Eu falei que ela não tinha caído da escada porque não tinha nenhum machucado pelo corpo e ela começou a chorar. Eu a levei para dentro do quarto, a coloquei na cama e, na hora que abri as pernas dela, fiquei chocada”, disse a dona de casa que não foi identificada.
A mãe registrou boletim de ocorrência na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). Ela suspeita que este não foi o primeiro abuso. “Ele devia estar fazendo isso com ela há muito tempo e nós não sabíamos”, lamentou.
“A maior parte dos abusos sexuais ocorre no âmbito intrafamiliar, ou seja, são causados ou protagonizados por pessoas próximas às vítimas e que tenham algum vínculo parentesco com ela. Geralmente são padrastos, pais e, alguns casos, percebemos a atuação de um avô, tio, primo e até mesmo de um irmão”, comentou o delegado Érico Mangaravite.
Segundo a polícia, desde 2009, quando houve mudanças na legislação, há queda no número de ocorrências de abuso sexual. Antes, para que a polícia investigasse o caso, era preciso que a vítima se manifestasse ou, sendo menor de idade, o responsável. Agora, basta apenas uma denúncia anônima para que as investigações tenham início.
“Houve um aumento nas investigações e, em consequência disso, um aumento nas prisões, o que levou a uma redução na sensação de impunidade e isso certamente tem influenciado na redução de números”, concluiu o delegado.