Moradores pedem intervenção de Mauro para evitar conclusão da rede de transmissão da Cemat


Moradores do Bairro Santa Amália querem impedir a instalação da rede de transmissão de 138 kV entre as casas


KARINE MIRANDA 
Cansados da morosidade da Justiça e com medo da concretização das obras da rede de transmissão de 138 kV das Centrais Elétricas Mato-grossenses (Cemat) no bairro Jardim Santa Amália, os moradores foram pedir intervenção da prefeitura e do prefeito Mauro Mendes (PSB) para solução do caso.

Reunidos na tarde desta quinta-feira (10), um grupo de moradores, os vereadores Domingos Sávio (PMDB) e Arilson da Silva (PT), além do Secretário de Governo, Fábio Garcia e o Secretário de Desenvolvimento Urbano, Lamartine Godoy, discutiram sobre a implantação da rede que que vai levar energia elétrica para a indústria Cimento Votorantim, em Nobres (Médio Norte do Estado).

A obra de instalação dos postes de transmissão já está quase conclusa, mas os moradores do bairro não desistiram de impedir o andamento da construção. Até o momento, o “linhão” já possui 11 postes construídos no bairro e a previsão é a implantação dos últimos quatro postes na Rua Rouxinol, motivo de revolta dos moradores.
Hugo Dias/HiperNotícias
Moradores reclamam de instação de 'Linhão' da Cemat
Na reunião, os moradores expuseram aos secretários o anseio da população no que se refere aos problemas de saúde, desvalorização imobiliária e o estouro da rede de esgoto provocado pela escavação profunda para instalação dos postes que possuem cerca de 26 metros.

A intenção com o encontro é solicitar a prefeitura um intermédio entre o prefeito Mauro e a Cemat, que está irredutível na cessão da construção, de acordo com vereador Arilson.

“A reunião é para prefeitura intervir, já que ela faz parte também do processo, porque este é um problema dentro da cidade, e a prefeitura deve gerir”, aponta o vereador.

Segundo ele, o secretário Fábio afiançou que a prefeitura vai intermediar o diálogo entre os moradores, a Cemat e até a Secretaria de Meio Ambiente (Sema) para garantia de realização de um Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança (EIV) conforme preconiza a Lei Federal nº 10.257 como o Estatuto da Cidade e a Lei Complementar Municipal, além de formular planos alternativos para a transmissão de energia.

Com o "apoio da prefeitura”, os moradores pretendem “convencer” a Cemat a adotar um plano B: cessão da construção e modificação da área de implantação do linhão. Para isso, ficou acordado uma nova reunião na próxima segunda-feira (14) com representantes da Cemat. Lembrando que na quarta-feira (09), foi realizada outro encontro na sede da Cemat para discussão do mesmo assunto, sem sucesso.

“Existem outras alternativas de desenvolvimento sem a necessidade da instalação da rede naquele local e queremos discutir isso”, afirma vereador.
Ronaldo Pacheco/Hipernoticias
Reunião realizada na quarta-feira com diretor da Cemat para discussão da suspensão das obras do 'linhão'
Além da reunião, o secretário garantiu a visita ao local e comprometeu-se a busca de mais informações sobre a instalação para avaliar o caso e descobrir a melhor solução.

Vale ressaltar que desde a última segunda-feira (7), os servidores da Cemat envolvidos na construção do linhão estão sendo escoltados por mais de 58 policiais militares, além de agentes do Batalhão da Ronda Ostensiva Tática Móvel (Rotam) para garantir do término da obra, avalizado por meio de liminar judicial.

Inclusives o presidente da Associação dos Moradores do bairro, Rowel Araujo, foi algemado e preso pela PM com mais dois moradores quando tentavam impedir a instalação dos postes da Cemat.

Até o momento, o único pronunciamento da Cemat foi de que as obras e instalações são regulares, estão com oito meses de atraso e de nada prejudicam a população no que se refere a saúde.


Fonte: http://www.hipernoticias.com.br/TNX/conteudo.php?sid=112&cid=22433