Em 10 dias, 16 casos de abusos sexuais contra crianças em PF


Em apenas 18 dias do mês de janeiro, foram registrados 16 casos de abuso sexual contra crianças em Passo Fundo. O número alarmante foi revelado nesta sexta-feira, 18, no programa Diário Cidade, da Rádio Diário AM, por Laura Bordignon, presidente da Sociedade de Auxílio à Maternidade e Infância (SAMI) no município, que atua no atendimento de casos suspeitos de violência sexual contra
crianças e adolescentes. O pior de tudo é que esse número pode ser ainda maior porque a SAMI retomou os trabalhos apenas no dia 8, terça-feira. “Fizemos um recesso de final de ano e voltamos no dia 8. Em apenas 10 dias, tivemos 16 casos e o que mais nos deixa tristes é a gravidade desses casos. Eles chegam como casos suspeitos e nos são encaminhados pela Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente (DPCA), Pelo Conselho tutelar ou pelo juizado, para avaliação”, conta. Ela diz que tanto a DPCA quanto o Conselho Tutelar ainda têm casos para repassar à SAMI, ou seja, o número pode ser ainda maior.

( / FOTO ARQUIVO DM)

Maior número

Conforme Laura, no ano passado a SAMI registrou 215 casos de abuso sexual contra crianças, o maior número desde o ano de 2006.Os abusadores, segundo ela, são na grande maioria pessoas que têm algum tipo de relação com as famílias das vítimas, por isso ela pede aos pais ou responsáveis, que observem mudanças no comportamento das crianças. Se for observada qualquer modificação, ela solicita os responsáveis entrem em contato com a DPCA ou com o Conselho Tutelar. “As pessoas que sabem, precisam fazer as denúncias porque dessa forma ajudam a salvar uma infância e fazem com que as crianças tenham uma adolescência sadia”, diz. A SAMI conta com quatro psicólogos que trabalham para confirmar se houve ou não a vitimização das crianças em cada um dos casos. “A agressão sexual é muito traumatizante para a criança, por isso, é necessário que seja feito um acompanhamento. O percentual de casos confirmados no ano passado foi muito alto. Raros são os casos de pessoas alheias às famílias”.
Como saber?
Para que os pais ou responsáveis que desconfiam que a criança esteja sofrendo abuso sexual, Laura diz que basta observar algum tipo de mudança de comportamento. Para que os abusos sejam evitados, ela reforça que as crianças não devem ficar sem a atenção dos responsáveis. “Elas precisam ser olhadas. Crianças sempre esperam que o pai, a mãe ou algum responsável tome conta delas. Temos que fazer a nossa parte e ver com quem os nossos filhos estão andando. Não podemos deixar nossas crianças à mercê de abusos. Temos que ter um olhar atento e continuado”. Ela informa que nos atendimentos de pós-avaliação, as crianças que sofreram abusos participam de oficinas de reinserção para fazer com que com que consigam se adaptar novamente à vida comunitária e escolar.

DicaPara os casos de suspeita de abuso, Laura deixa uma dica de como proceder: se houver alguma informação mais concreta sobre abusos, os responsáveis devem encaminhar o caso à DPCA e fazer registro de Boletim de Ocorrência (B.O.). “Mesmo se o caso for de suspeita, é preciso registrar na delegacia para dar legalidade ao procedimento”. Ela ainda deixa um alerta para a comunidade. “As denúncias são muito importantes. Ninguém terá seu nome divulgado. Se alguém observar que uma criança aparenta sofrimento, por favor, denuncie. Cada denúncia representa uma criança a menos sofrendo”. 

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