Manutenção das rotas alternativas de trânsito praticamente não existem. A falta do serviço contribui com a depreciação dos bairros incluídos nesse roteiro. Todos estão abandonados pelo poder público.
Itamar Perenha / Cuiabá-MT
As quatro novas frentes de trabalho para implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), anunciadas para este mês de janeiro pela Secretaria Extraordinária da Copa de 2014 (Secopa), deverão agravar ainda mais a já fragilizada situação das ruas e avenidas utilizadas para o desvio do tráfego de veículos em Cuiabá e Várzea Grande.
As rotas alternativas, implantadas em bairros próximos mas construídas em tempo passado apenas para suportar a demanda local de veículos, vem recebendo um volume de tráfego para o qual não foram projetadas incluindo a circulação de veículos pesados. Os estragos nas vias públicas são substanciais, a saber: calçadas, arborização, dutos canalizadores, tampões de concreto nos poços de inspeção incapazes de suportar grandes cargas e o comprometimento do próprio pavimento que, em boa parte da cidade, já ultrapassa os 30 anos.
Estado e Município parecem ignorar os problemas enquanto os motoristas e moradores contabilizam a cada dia mais prejuízos.
Os reparos de emergência são de natureza superficial. Ocorrem em pontos isolados onde o fluxo é mais intenso ainda, ou então, em locais de maior expressão urbana, porém, o emprego do serviço vem se mostrando insuficiente para corrigir os problemas e principalmente fechar as “panelas” abertas nas ruas de diversos bairros.
Ricos e pobres
O desgaste do patrimônio público, dessa vez, não escolheu classe social. Bairros nobres e populares enfrentam os mesmos problemas com as rotas alternativas de trânsito. A diferença, já percebida por muitos, fica por conta da maior atenção que os bairros de poder aquisitivo maior recebem com a sinalização de melhor identificação e qualidade.
Quanto aos buracos o sofrimento é o mesmo para moradores, pedestres e motoristas. Há “panelas” tão amplas cujo tamanho chega a atingir parte das duas pistas. Um desses exemplos está há semanas debaixo dos olhos do Governador Silval Barbosa, no bairro onde reside.
Na rua La Paz, no Jardim das Américas, os motoristas exercitam diariamente a habilidade em manobras radicais e ainda a paciência quando há carro estacionado próximo ao buraco, o que dificulta ainda mais a superação do obstáculo e coloca em risco os pedestres que passam no local.
O bairro Santa Isabel, também contemplado com os desvios, vive um de seus piores momentos. Com uma urbanização frágil e um trânsito além de sua capacidade de absorção, seus moradores assistem, sem saber a quem recorrer, a deterioração das ruas e calçadas.
Recentemente, a estudante de Letras da UFMT, Isabela Pereira, caiu com seu carro em um desses buracos e teve que arcar com consertos no veículo na ordem de R$ 1.200,00. Diz que pretende levar o caso à Justiça para rever o dinheiro.
Faltou planejamento de tráfego
No Jardim Leblon uma situação desafia a tolerância dos moradores da rua 04 de Janeiro desde o início das obras da Copa. A via, uma das principais rotas do desvio naquela região, além de estreita, apresenta no cruzamento com a rua Boa Vista, área íngreme de difícil transposição por veículos pesados.
Sem força suficiente no motor ou por problemas nos freios, ônibus e caminhões, com freqüência, retornam involuntariamente na via invadindo calçadas e até residências. Conforme os moradores, reclamar não adianta nada porque ninguém toma providência. “Estão esperando um pedestre ser atropelado e uma casa ser destruída para olharem para a rua 04 de Janeiro”, desabafou uma moradora. http://www.turmadoepa.com.br/conteudo/show/secao/1/materia/1865




