Apesar de demonstrar mágoa por ter sido barrado no projeto de lançar-se como candidato à Mesa, Onofre disse que não fará oposição na Câmara
ANA ADÉLIA JÁCOMO
O vice-presidente da Câmara de Cuiabá, Onofre Júnior (PSB), afirmou que não teme possíveis punições de seu partido por ele ter supostamente traído a legenda e formado chapa com o presidente João Emanuel (PSD), oposicionista ao prefeito Mauro Mendes (PSB). Ele afirmou que quem se sentiu traído e humilhado foi ele e disse que só teme a Deus e as urnas.
O socialista fez duras críticas a Mendes e afirmou que o prefeito, que é empresário e nunca assumiu um cargo público antes, não tem habilidades políticas, bem como sua equipe. Na opinião de Onofre a falta de experiência e de fidelidade foram as responsáveis pela derrota do Chefe do Executivo na Câmara.
“Eu fui tripudiado e humilhado pelo meu grupo. Entendo que o prefeito Mauro tem boas intenções, ele só não tem experiência e traquejo político necessário. Provou que ele e a equipe dele não tem esse traquejo para sequer acompanhar uma eleição de Mesa. Não temo represálias do partido, só temo a Deus e as urnas.”, disparou o vereador.
Apesar de demonstrar mágoa por ter sido barrado no projeto de lançar-se como candidato à Mesa, em detrimento de Júlio Pinheiro (PTB) e João, Onofre disse que não fará oposição a Mendes na Casa. Segundo ele, seu trabalho será voltado para os interesses da população e da cidade.
“Não considero essa chapa adversária, porque sou aliado dele e essa é a garantia que precisa de que nada será feito para prejudicar a nossa cidade e nem o prefeito. Faço parte da sustentação à democracia, da renovação e do não continuísmo. A proposta visa acabar com essas práticas maléficas que nos últimos anos. Sou base de Cuiabá”, disse ele.
Apesar de negar o papel de oposição, Onofre e Faissal Calil, ambos do PSB podem ter problemas com a agremiação. No início da noite desta quarta-feira (2), a executiva municipal do PSB, partido do prefeito Mauro Mendes, emitiu uma nota à imprensa para repudiar a atitude dos vereadores.
No documento, o presidente municipal da legenda Robério Garcia afirma que a assessoria jurídica da agremiação irá estudar com profundidade o caso para ver se encontram medidas punitivas cabíveis aos parlamentares. Ele classificou a atitude como "gravíssima e desrespeitosa".