Continua impasse sobre destino do complexo turístico


Tribunal realizou reunião com poderes publicos, mas não houve consenso
Jocil Serra/Agência Phocus
O presidente do TJ, Rubens de Oliveira, ao lado da secretária Tetê Bezerra e do prefeito Mauro Mendes
DA REDAÇÃO
Após três horas de reunião no Tribunal de Justiça de Mato Grosso, a Prefeitura de Cuiabá e o Governo do Estado não chegaram a um consenso sobre o Complexo Turístico da Salgadeira. O prefeito de Cuíabá, Mauro Mendes, não concorda com o projeto do Estado de transformar o local em um espaço de contemplação. Mauro quer que a Salgadeira seja reaberta para que a população possa desfrutar do local como ponto de lazer e acesso a banho.

A reunião foi organizada pelo presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Rubens de Oliveira Santos Filho, na sede da instituição, na tarde de sexta-feira (18). A preocupação do presidente é em dar uma solução para o problema, já que a interdição do local ocorre desde 2010.

O desembargador lembrou que a Salgadeira, complexo turístico localizado na rodovia que liga a capital a Chapada dos Guimarães, foi isolado após ser constatado que a ocupação e o uso estavam ocorrendo de forma irregular e desorganizada, causando degradação ambiental. Ele observou que de lá para cá a população não sabe mais o que está acontecendo no local e precisa entender porque o projeto de revitalização não deslancha.

A secretária estadual de Turismo, Teté Bezerra, justificou a demora argumentando que houve necessidade de reajustar o projeto inicial em virtude de pareceres de peritos ambientais e uma nova proposta de restauração e uso da área, elaborada por uma empresa especializada, foi apresentada durante a reunião. Ela também anunciou que as obras deverão ser concluídas em dezembro, época em que a localidade seria aberta ao público.

Além da construção de um restaurante, o novo projeto exposto contempla a construção de um Centro de Interpretação Geológica, o que gerou um grande debate entre os presentes. As discussões mostraram que há duas correntes diferentes sobre o conceito da obra. A corrente defendida pelo Governo do Estado é de transformar o ponto turístico em um lugar para contemplação, restringindo o acesso ao banho.

Já a defendida pela Prefeitura de Cuiabá é de que a Salgadeira seja destinada ao lazer popular. “Este projeto não traz o DNA do local. Este é um complexo que nasceu sendo utilizado para o lazer. Ele poderá satisfazer as necessidades durante o período da Copa, mas não vai se sustentar ao longo dos anos”, avaliou o prefeito Mauro Mendes, também presente na reunião.

“Em local que é área de preservação não dá para fazer turismo de massa. Ali não existe mais a possibilidade de se ter a mesma atividade que havia antes, nem existe mais água para banho, porque em determinados pontos a profundidade do rio não passa de 10 cm”, afirmou a secretária Teté Bezerra.

Depois de três horas de reunião o Governo do Estado e a Prefeitura de Cuiabá não conseguiram entrar em um consenso e novas reuniões devem ser marcadas para resolver a questão. Já o presidente do TJMT, desembargador Rubens de Oliveira, cobrou ao final dos debates uma solução rápida para a reativação do terminal turístico da Salgadeira, por entender que se trata de um ponto turístico que sempre foi utilizado como opção de lazer pela população, que já está cansada de ver o complexo interditado.

Também estiveram presentes o procurador de Justiça de Defesa Ambiental e Ordem Urbanística, Luiz Alberto Esteves Scaloppe, o promotor de Justiça Domingos Sávio de Barros Arruda, o prefeito de Chapada dos Guimarães José de Souza Nenês, o secretário adjunto de infraestrutura e desapropriações da Secopa, Alysson Sander de Souza, a secretária de Meio Ambiente e Turismo de Chapada, Sônia Bezerra dos Anjos, o secretário estadual de Meio Ambiente José Lacerda e o juiz do Juizado Volante Ambiente Marcos Faleiros da Silva.
Midia Jur