Expulsaram o Daniel do BBB. Depois, é claro, de o diretor geral do programa, o Boninho Danoninho, bancar que a esfregação não passou de um romance. Mas que cara mais safado. Ele jurou que tudo foi um encontro juvenil edredônico. Mudou de ideia por quê?
O rapaz afoito, mais um entre as toneladas de condenados ao anonimato infame das subcelebridades, foi execrado como um tarado sociopata. Um estuprador! E nem direito de defesa ele teve, o que é comum na Rede Globo, tão afeita a exercer as funções do Judiciário.
Quanto mais eu envelheço, menos moralista eu fico. Minha vida pregressa não me autoriza essa perda de tempo. Pelo que vi nos vídeos que vazaram, e no depoimento da suposta vítima, aquilo não passou de uma malhação muito comum entre idiotas alcoolizados.
Estupro? Sevícia? Abuso sexual? Por favor, me economizem. Os tempos mudaram desde a Inquisição católica. O patético ato de onanismo do rapagão afoito está longe da mais remota noção de violência. Consensual não foi, mas por absoluta falta de sobriedade. Se a mocinha não estivesse grogue, garanto, rolava.
Ela mesma disse que estava com “tesão” e participou das imprescindíveis preliminares. Foi vítima de quê? Só se for do coma alcoólico. Desmaiou. Bastava um drink a menos e, tudo indica, emendava. Perdoem-me as feministas, mas existem mulheres bem amadas. Posso estar delirando, mas para mudar de ideia tenho necessidade de ser bem informado.
O que me excita, de verdade, é o comportamento do Danoninho. Passou de advogado de defesa a promotor com a rapidez de um traíra. Sujeito chinfrim, sem tutano, fofoqueiro ou idiota. Um covardão.
Ele fez tudo errado. Começou constrangendo a moçoila a dizer o que não lembrava. Pano quente nessa hora é uma fria. Veio a polícia bater na porta, para ouvir direito a história. Vergonha maior que essa só ao vivo, em auditório.
Mas não tiveram a decência de contar direito o que aconteceu, apesar de o país inteiro já saber do que se tratava. Pedro Bial apareceu no vídeo, cara de banana, e comunicou a expulsão do onanista sem maiores explicações. Tratou os telespectadores como antas.
Danoninho, o bonachão, quis redimir Paulo Maluf e criou um novo jargão sociopata: estupra, mas não mostra. O Brasil já sabe o que ocorreu, a internet não vai deixar isso barato, mas o arrogante diretor do BBB acha que pode passar um paninho nessa esbórnia.
Não se condena ninguém sem direito de defesa. A Globo não veiculou a versão do “condenado”. Nem a da “vítima”. Agiu como júri em programa de calouros. Nada saberíamos, não fosse o vazamento do áudio em que Monique conta que tirou o “shortinho” na hora de dormir com o cara que acabara de bolinar. Isso não merece maior apuração? Não sejamos hipócritas.
Sexo consensual é bom. Mas a sacanagem que a Globo fez com sua audiência, isso sim, foi um estupro. O país inteiro acordou violado.
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