Foto: Davi Salsa
Último a depor em audiência, Edilson Duarte declara não ter mantido relações com coroinhas e pode ser submetido a detector de mentiras
Padre Edilson Duarte poderá ser submetido a detector de mentiras para provar declarações
Acabou há instantes a audiência de instrução que ouviu os monsenhores Luiz Marques, Raimundo Gomes e o padre Edilson Duarte sobre as denúncias de crime de pedofilia. Todo os depoimentos foram a portas fechadas, mas o Tribuna Hoje teve acesso a parte do que disse o padre Edilson.
Ao contrário do que falou durante os interrogatórios da CPI da Pedofilia, no ano passado, ele negou que tenha mantido relações sexuais com coroinhas, principalmente menores de idade, e – garantiu – jamais foi homossexual.
Na CPI da Pedofilia, o padre Edilson iniciou seu depoimento negando as acusações, mas, ante argumentação e insistência do presidente da comissão, senador Magno Malta (PR-ES), acabou por admitir que mantinha relações sexuais com coroinhas, alguns deles ainda adolescentes.
Na ocasião, Edilson também jogou lama no ventilador: declarou que os monsenhores Luiz Marques, Raimundo Gomes e outros religiosos há tempo tinham “casos” com adolescentes coroinhas, e assumiam nomes de personalidades femininas como apelidos.
Contou ainda que por vezes promoviam orgias sexuais, regadas a vinho, numa casa de praia pertencente a um dos religiosos.
O recuo do padre Edilson surpreendeu o Ministério Público e a Defensoria Pública, representados pelo promotor Alberto Tenório e André Chalub, respectivamente. “A alegação dele [padre Edilson] foi de que se sentiu coagido pelo senador Magno Malta durante os interrogatórios da CPI e que nada do que disse é verdade”, contou o promotor Alberto Tenório.
Diante do recuo da confissão do padre – que juntamente com os depoimentos das vítimas seria usada como uma das evidências contundentes de culpa dos monsenhores – o promotor propôs que sejam abertas diligências para apurar se o padre Edilson fala – ao menos dessa vez – a verdade.
A proposta foi aceita pelo defensor público e os advogados do padre e dos monsenhores. A diligência consistirá em requisitar à CPI da Pedofilia cópia da fita das sessões em que o padre Edilson e os monsenhores Luiz Marques e Raimundo Gomes prestaram depoimento.
O Ministério Público poderá recorrer a especialistas para análise técnica sobre quem está mentindo, dispondo, se for o caso, de recursos tecnológicos. Não está descartado também um depoimento do senador Magno Malta, citado pelos acusados no processo.
Prazo de 50 dias para a sentença
O juiz João Luiz de Azevedo Lessa, da 1ª da Infância e da Juventude de Arapiraca, decidiu que em 50 dias sentenciará os religiosos. Ele não estabeleceu prazo para as diligências que o Ministério Público e a Defensoria Pública farão, mas terá necessariamente de ser dentro desse prazo, considerando, ainda, que também ouvirá as alegações finais das partes.
O promotor Alberto Tenório pretende de imediato fazer a solicitação à CPI da Pedofilia das fitas e dos materiais colhidos durante os depoimentos tomados em Arapiraca.
Não está descartado a abertura de mais um processo, a pedido dele, contra o monsenhor Raimundo Gomes, em face da nova denúncia feita hoje pelo irmão de um coroinha que saiu do Brasil para evitar perseguição do religioso.






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