O jornal O Documento desta semana, que circula nesta quarta-feira, destaca a necessidade da população de Várzea Grande se mobilizar contra o caos instalado no muncípio diante da péssima gestão dos prefeitos Murilo Domingso (PR) e Sebastião dos Reis Gonçalves (PR), o "Tião da Zaeli". Num editorial, o jornal cita que, apesar de ser a segunda economia do Estado, o município agoniza nos setores essenciais de educação, saúde, infraestrutura e segurança pública.
Também é destaque nesta edição novas denúncias de corrupção no paço Couto Magalhães. As licitações para obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que estão paralisadas, teriam sido direcionadas. Confira o editorial na íntegra.
Várzea Grande: É preciso gritar
Passada a ressaca das eleições gerais, ocorridas no ano passado, o povo brasileiro se volta agora para as administrações municipais. De acordo com dados oficiais do IBGE, Várzea Grande está colocada como a 2ª maior economia de Mato Grosso e entre as 100 pujantes receitas públicas do país. Entre arrecadação própria (ISSQN, IPTU e Alvarás) e as transferências constitucionais como FPM (Fundo de Participação dos Municípios) e o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), a cidade soma um “bolo” orçamentário anual de quase meio bilhão de reais.
Logo percebe-se que a sociedade local faz a parte dela, ou seja, paga os seus impostos ao recolher mensalmente nos cofres municipais aproximadamente R$ 40 milhões. E os nossos gestores? Aplicam honestamente esses recursos públicos? A pergunta que não quer calar é facilmente respondida com os sinais claros de abandono em que vive a Várzea Grande. Falta de tudo. De água tratada a coleta de lixo. A cidade está suja, mal iluminada e tomada por matos e buracos.
Se o setor de infra-estrutura vai de mal a pior, a área social do município é uma tragédia. Os números mostram a perversidade da atual administração municipal. Vivemos uma dupla face social. Explica-se. Enquanto a cidade “suga” quase R$ 40 milhões ao mês do bolso do trabalhador, os milhares de miseráveis passam fome.
Estão entregues a própria sorte. Temos hoje, em Várzea Grande, mais de 25 mil desempregados, 10 mil pessoas abaixo da linha da pobreza e 5 mil crianças em total situação de risco a prostituição e marginalidade. Somados, chegamos a absurda contagem de 50 mil excluídos socialmente.
A qualidade da nossa saúde pública se compara aos piores países africanos, como exemplo, Etiópia e Senegal. O único Pronto Socorro da cidade é comparado a uma masmorra medieval. Os pacientes são jogados como lixo humano em meio a portadores de Hepatite, HIV e Tuberculose.
Com a falta de leitos, remédios e médicos, o várzea-grandense depende da boa ação da cidade vizinha, Cuiabá, para tratar seus doentes. Já as policlínicas e os programas de saúde da família foram pilhados ao longo do tempo.
Diante de um quadro caótico e fúnebre, sobra ao povo de Couto Magalhães uma única válvula de escape: a denúncia! O grupo Documento de comunicação formado pela TV Cuiabá, jornal, gráfica e site O Documento estampa na primeira página este editorial verdadeiro e, ao mesmo tempo, perturbador. É preciso convocar em regime de urgência o Ministério Público, Câmara Municipal, a Justiça e povo em geral para uma cruzada contra este desmando administrativo jamais visto na história recente de Várzea Grande.
Patrocinado sob a égide da mudança, do avanço e da transparência, o atual grupo político liderado pelo prefeito Murilo Domingos (PR), completa sete anos de poder. Isso mesmo. Quase uma década perdida e sem nenhum sinal de crescimento, prosperidade ou traços de transformação social. O povo precisa reagir! Sair as ruas, gritar em locais públicos, protestar na sua comunidade e, o que é melhor, varrer do mapa, nas próximas eleições municipais, o bando que hora toma a cidade de assalto.
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