Vetos dividem bloco; Emanuel pede cautela e Allan polemiza


Jacques Gosch

Fotos: Rodinei Crescêncio
Fotos: Rodinei Crescêncio -- João Emanuel quer cautela na apreciação dos vetos; Kardec defende derrubada total
João Emanuel quer cautela na apreciação dos vetos; Kardec defende derrubada total
   Os vetos do prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB), que rejeitou quatro dos cincos projetos do chamado “Pacote do Transporte Público”, aprovado pela Câmara antes do recesso de julho, acabou dividindo a oposição. Enquanto o presidente do Legislativo, João Emanuel (PSD), assume um discurso conciliador e defende cautela na apreciação dos vetos, o petista Allan Kardec prega a derrubada total e o confronto com o Executivo. O assunto promete render polêmica na sessão da próxima terça (6).
   João Emanuel, que retornou à Capital nesta madrugada, alega que soube dos vetos pela imprensa, mas promete acionar a Comissão de Transportes da Câmara para debater o assunto. Além disso, defende que os vetos sejam discutidos em audiência pública para subsidiar a decisão dos vereadores.
   O presidente da Câmara ainda disse que colocará os vetos em apreciação assim que os trâmites legais forem cumpridos. Em sua opinião, é necessário ouvir os argumentos do prefeito para não cometer equívocos nem dificultar ainda mais a relação entre Executivo e Legislativo cuiabanos. “Se o prefeito tiver razão, o veto será mantido. Se não impactar a tarifa e prejudicar a sociedade, vamos derrubá-lo e promulgar a lei. Agora, os Poderes precisam de uma relação mais harmoniosa. Chegamos ao ponto que não podemos mais andar tão distantes. Prefeitura e Câmara devem chegar ao denominador comum”, disse.
   O petista Allan Kardec, por sua vez, afirmou que já está articulando a derrubada total dos vetos. Por isso, acionou a assessoria jurídica para analisar os argumentos do Executivo e preparar as contrarrazões para sustentar seu posicionamento.
   Além disso, Kardec disse que aceita debater posteriormente a questão do passe livre para pós-graduandos. O vereador, no entanto, permanece irredutível em relação à volta dos cobradores, pagamento da passagem em moeda corrente e ampliação do passe livre. “A posição do prefeito é incoerente, voltada à economicidade e aos interesses do empresariado. O debate sobre a melhoria do transporte coletivo está sendo travado em nível nacional e foi reivindicado nas ruas. O prefeito assumiu uma postura contra a população e com certeza haverá retaliação”, prometeu.
RDNEWS - Notícias e Bastidores da Política em Mato Grosso