Marcinho VP escreve os próprios pedidos de habeas corpus


Marcinho VP escreve os próprios pedidos de habeas corpus

Marcinho VP presta depoimento no Tribunal da Justiça Federal em 2007
Marcinho VP presta depoimento no Tribunal da Justiça Federal em 2007 Foto: Salvador Scofano
Carolina Heringer
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É o próprio Marcinho VP quem faz alguns de seus pedidos de habeas corpus, pleiteando que seja retirado de uma unidade federal. Um deles, do fim de 2012 e endereçado ao presidente do Tribunal de Justiça do Rio, tem 47 páginas e foi escrito à mão. Usando linguagem jurídica, fazendo citações a leis e até a estudiosos do assunto, VP pede que seja retirado do presídio de segurança máxima. Num trecho, ele ironiza, dizendo que roda por estados (ele já passou por três unidades federais) como “cigano”.
“ Manter o preso por tempo longo e indeterminado neste regime é uma verdadeira aberração jurídica”, argumenta o traficante, numa das passagens de seu pedido. Em outros momentos, o traficante faz citações à Carta Magna da República (Constituição) e cita violações das garantias constitucionais.
Marcinho VP também dedica boa parte de seu pedido de habeas corpus a falar de sua família e do afastamento que o isolamento provoca: “Viver distante da família é como se arrancar um pedaço de nós. Sou protagonista de tamanho drama que tem deixado marcas profundas”.
O traficante relata ainda os dias na penitenciária de Catanduvas - segundo ele, monótonos e numa cela solitária. “Cada minuto parece uma eternidade, porém busco preencher o espaço vazio pensando num futuro mais justo. Nesta masmorra ociosa só me resta pensar, devanear e se martirizar. Um martírio que envolve dor e suplício mental”.
VP está desde o dia 1º deste mês em Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), suspeito de ter ordenado, junto com Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, ataques a unidades do AfroReggae.


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