Lueci vê preconceito de gênero e aguarda por "justiça divina"

Jacques Gosch


Foto: Rodinei Crescêncio
Foto: Rodinei Crescêncio -- Vereador Lueci Ramos, do PSDB
Vereador Lueci Ramos, do PSDB
  No quinto mandato como vereadora por Cuiabá, Lueci Ramos (PSDB), se defendeu da acusação de ter recebido salários do governo  sem comparecer ao trabalho quando estava lotada na função de assistente social da Fundação de Promoção Social do Estado (Prosol) entre agosto de 1997 e maio de 1998. Na tentativa de minimizar a condenação por improbidade administrativa, a tucana alegou que sofre discriminação por ser a única mulher na Câmara. “Nós mulheres ainda sofremos discriminação, ganhamos menos que os homens no mercado de trabalho, muitas vezes para desempenhar a mesma função. No meu primeiro mandato fui impedida de tomar posse, só fiquei olhando, não pude fazer nada. Mas confio na justiça divina”, apelou a parlamentar.
  Na sessão dessa quinta (15), Lueci justificou que, na época em que ocorreram os fatos que resultaram na condenação, atuava no programa “Irmão Sol, Irmã Lua”. Como assistente social, entre outras funções, era responsável por distribuir sopão a pessoas em situação de rua. Portanto, cada plantão deste programa, era compensado com 72h de folga do turno ordinário. Por isso, sustenta que não era vista pelas testemunhas que depuseram contra ela no processo. “A população me conhece. Não ganho dinheiro fácil, não tenho costume de receber sem trabalhar. Eu respeito a decisão do juiz, mas não concordo e vou recorrer”, concluiu.
   A decisão que condenou Lueci é do juiz Luís Aparecido Bertolussi Júnior, da Vara da Ação Civil Pública e Ação Popular, que julgou procedente denúncia formulada pelo Ministério Público contra a vereadora. Ela foi punida, em primeira instância, por ato de improbidade administrativa. O magistrado determinou ainda a perda do cargo de assistente social ocupado no Estado, além da suspensão dos direitos políticos por nove anos. (Com assessoria)
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