AULO " Pedofilia, estupros e abuso sexual de menores sempre foram classificados como pecados graves pela Igreja Católica, mas raramente esses crimes eram punidos como se deve, quando os pecadores são padres.
Eram protegidos pelo segredo do confessionário e, se vinham a público, os superiores hierárquicos dos culpados tratavam de censurá-los. Agiam assim em nome da caridade para com os implicados e com o objetivo de evitar escândalo e traumas maiores.
Esse quadro começou a mudar quando as vítimas passaram a denunciar seus agressores, especialmente nos EUA, onde só no ano passado se registraram 1.092 acusações contra 756 padres.
Levadas aos tribunais, as denúncias já custaram US$ 1 bilhão às dioceses norte-americanas que supostamente acobertaram os criminosos.
"O abuso sexual contra menores de idade é, justamente, considerado um crime pela sociedade e constitui um pecado gravíssimo aos olhos de Deus, sobretudo quando é perpetrado por sacerdotes e pessoas religiosas", sentenciou o Vaticano, em 24 de abril de 2002, ao final de uma reunião de cardeais e bispos americanos com chefes de congregações da Cúria Romana.
"Embora os casos de verdadeira pedofilia por parte de sacerdotes e de pessoas religiosas sejam poucos, todos reconheceram a gravidade do problema", acrescentou a Santa Sé.
Uma semana antes, o episcopado brasileiro havia discutido o tema, durante a 40ª Assembléia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). "É muito triste e não dá para negar", disse na época o presidente da CNBB, cardeal Dom Geraldo Agnelo.
Na quinta-feira, ele reafirmou essa posição, ao condenar o comportamento do padre Félix Barbosa Carreiro, preso em flagrante, no início do mês, com quatro adolescentes em um quarto de motel, no Maranhão.
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