Grávida que sofreu abuso em UTI em SP já se comunica por mensagem

Jovem que sofreu abuso sexual em UTI se comunica por mensagens

Exame mostrou que a jovem tem pneumonia e que continua grávida.
Estupro aconteceu dentro do hospital no dia 29 de junho, em Santos.

Mariane RossiDo G1 Santos
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Universitária foi abusada sexualmente por enfermeiro em hospital (Foto: Anna Gabriela Ribeiro/G1)Jovem  foi abusada sexualmente por enfermeiro
em hospital (Foto: Anna Gabriela Ribeiro/G1)
A jovem de 22 anos, que foi abusada sexualmente por um enfermeiro dentro da UTI de um hospital em Santos, no litoral de São Paulo, acordou da sedação há alguns dias e começou a se comunicar por mensagens no celular. Apesar disso, ela ainda não conseguiu falar sobre o assunto. Além da melhora significativa do estado de saúde da jovem, um exame mostrou que ela estava com pneumonia e não tuberculose, como se imaginava.
O estupro aconteceu na madrugada do dia 29 de junho deste ano, na UTI do hospital Guilherme Álvaro. Depois do crime, o estado de saúde dela, que está grávida, piorou. O tio da jovem, Luis Santos Menezes, continua acompanhando de perto o quadro de saúde da sobrinha.
Segundo Menezes, há cerca de 10 dias a jovem acordou da sedação. Nesta semana, os médicos começaram a tirar os aparelhos de respiração mecânica e aos poucos e ela começou a utilizar o celular para escrever mensagens para a família, já que está com a traqueostomia. "Ela pega o celular e consegue escrever. Nós ainda não tocamos no assunto (estupro) porque querermos que ela se recupere um pouco. Não queremos que ela se emocione e piore", disse ele.
Tio da vítima explica o estado de saúde dela  (Foto: Anna Gabriela Ribeiro/G1)Tio da vítima explica o estado de saúde dela
(Foto: Anna Gabriela Ribeiro/G1)
Os exames, que tinham sido enviados para São Paulo, ficaram prontos. "Deu tudo negativo para a tuberculose. Na verdade, ela teve uma pneumonia que pegou feio o pulmão dela", afirmou o tio da jovem. Ainda segundo ele, ela continua com uma lesão grave no pulmão e o tratamento será longo.
A jovem também continua grávida. Quando ela entrou no hospital, antes de acontecer o suposto estupro, ela estava com quatro meses de gravidez. Atualmente, está com seis meses e duas semanas. Os exames de ultrassom mostram que o bebê está bem fisicamente. Mas, segundo Menezes, se o parto fosse hoje a sobrinha poderia ter complicações. "Para ela tem que ser cesárea. Ela está muito magra, muito fraca, se fosse fazer a cesárea hoje ia ser de risco", afirma ele. Ainda não se sabe se a jovem permanecerá no hospital até ser realizado o parto. Por enquanto, ainda não há previsão de alta médica e ela continua na UTI.
Entenda o caso
Uma jovem de 22 anos, que estava grávida de quatro meses, ligou para a família pelo celular, aos prantos, após sofrer abusos de um auxiliar de enfermagem, de 47 anos. O suspeito, preso em flagrante, tinha passagens pela polícia por estupro e atentado ao pudor. O caso aconteceu no dia 29 de junho, em Santos.
O tio da jovem conta que ela chorou muito depois do que aconteceu e acabou ficando muito nervosa. "Por causa da situação e do nervosismo, o estado de saúde dela acabou piorando. Ela foi entubada e sedada. Os médicos disseram para nós que isso aconteceu por causa do stress que ela enfrentou e acabou forçando os pulmões. Agora a respiração está muito lenta", explica o familiar da jovem. A vítima está internada no Hospital Guilherme Álvaro por problemas pulmonares.
Em nota, no dia do ocorrido, o Hospital Guilherme Álvaro informou que abriu sindicância para apurar o caso e que o auxiliar de enfermagem foi, imediatamente, afastado de suas funções. A nota diz ainda que o hospital está à disposição para quaisquer esclarecimentos às autoridades e à família da paciente.

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