COMBATE À FOME MINISTRA LANÇA EM CUIABÁ O PROGRAMA MATO GROSSO SEM MISÉRIA EM MEIO A PROTESTO DOS TRABALHADORES SEM TERRA

O projeto busca diminuir a miséria no Estado, mas Movimento Sem terra garante que projeto “é passar atestado de incompetência”. Governador Silval afirma que meta é atender 174 mil pessoas no Estado

KARINE MIRANDA 

A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, lançou hoje (16) em Cuiabá o Plano Mato Grosso Sem Miséria, que busca erradicar a pobreza no Estado até 2014.

Ações conjuntas entre Governo do Estado e Federal serão realizadas com o foco no combate a extrema pobreza, como ampliar a renda e melhorar a qualidade de vida das pessoas em situação de miséria, cujas famílias têm uma renda mensal até 70 reais per capita.
Mayke Toscano/Hipernoticias
Parceira entre Governo Federal e Estadual pretendem erradicar pobreza no Estado até 2014. A redução atingirá aproximadamente 174 mil pessoas
A ideia foi implantada pelo governador Silval Barbosa (PMDB) em agosto do ano passado e agora, junto com a ministra, definiu ações conjuntas de combate para colocar o plano em prática especialmente nas áreas de regularização fundiária e ambiental, qualificação profissional e transferência de renda, principalmente.


Segundo o governador Silval, o Plano Mato Grosso Sem Miséria incrementará a redução das desigualdades sociais e melhoria de vida de 174 mil pessoas, cerca de 5% da população mato-grossense. “Em 2002, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), eram 640 mil pessoas na miséria. Muito foi feito e muito vem se fazendo para que todos tenham oportunidade. O plano é um deles”, salienta.

A ministra explica que para ir à busca das famílias que irão participar do projeto serão realizadas três fases: cadastramento, benefícios e serviços. As famílias mato-grossenses em situação de extrema pobreza serão cadastradas junto ao Governo Federal pelo Cadastro Único (CadÚnico) que permitirá identificar todas as pessoas já cadastradas nos programas sociais municipais, estaduais e federais.

Para tal, será implantada uma rede de ações e projetos envolvendo 15 secretariais estaduais, com coordenação da secretária de Trabalho e Assistência Social (Setas). Ao todo, no estado, são 580 mil famílias, mas estima-se que até 2014 esse número chegue a 800 mil famílias.

Tereza Campello salienta, ainda, que o esforço é contínuo para que se tenha a participação, especialmente de famílias em que haja crianças, nas quais se espera que 95 mil sejam beneficiadas. “Não é só um lançamento do Plano, é fortalecer entre União e Estado”, salienta a ministra.

O Plano Mato Grosso Sem Miséria irá atuar em duas vertentes: no meio urbano e rural. No perímetro urbano, os planos para erradicação da pobreza são voltados para intensificação do emprego permitindo que os brasileiros tenham acesso mínimo a serviços básicos.

Já no meio rural, o plano vai propiciar assistência técnica, o fornecimento de 375 toneladas de semente para que a partir disso se enraíze a produção do pequeno agricultor, além do abastecimento de água e luz para todos, especialmente para os assentados, segundo o governador.

“Essas novas medidas possibilitam que o homem do campo se fixe e permaneça no campo, por isso é preciso estender a parceria com o Ministério da Reforma Agrária”, garante o governador. 

Porém, mesmo com a demonstrada preocupação do governador com a situação rural, o Movimento Sem Terra (MST) revelou-se apreensivos quanto à aplicação do programa.
 
Sem Terras temem que lançamento de Plano Mato Grosso Sem Miséria mude foco do Governo Estadual e que este deixe de lado a questão da reforma agrária 
Ainda durante o evento do Plano Sem Miséria, cerca de 200 manifestantes sem terras se dirigiram ao local do lançamento e protestaram pedindo para que a ministra e o governador se sensibilizassem com o processo de reforma agrária parado há dois anos.


Segundo um dos coordenadores do MST estadual, Zé Vieira, é preciso, antes de tudo, tratar da questão da reforma agrária para que depois se possa dar assistência às famílias. “Desse jeito não se acaba com a miséria nem no campo nem na cidade, porque é preciso dar terra para demos dar auxílio”, garante.

Conforme ele, firmar um acordo que erradique a pobreza é “dar atestado de incompetência”, pois é preciso proporcionar condições que as famílias se sustentem e não sustenta-las. “Nós, aqui, só queremos nossa terra para viver, nada mais. Não estamos pedindo esmola ou assistência do governo, queremos é ter o nosso e a partir daí gerir nossa renda”, finaliza.

O MST iniciou, nesta semana, uma série de atos políticos no Estado com o intuito de chamar a atenção da sociedade para os problemas agrários no país. É a chamada Jornadas de Lutas 2012. Pela manhã, eles invadiram o prédio da Receita Federal do Estado.

Fonte: Hiper Notícias
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