Ato por Amarildo reúne parentes e artistas no Rio


Ato por Amarildo, desaparecido na Rocinha, reúne parentes e artistas

Atrizes Fernanda Paes Leme e Thayla Ayala marcaram presença. 
Ajudante de pedreiro está desaparecido desde o dia 14 de julho.

Cristiane CardosoDo G1 Rio
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Atriz Thayla Ayala marcou presença no protesto contra o sumiço do pedreiro Amarildo de Souza (Foto: Cristiane Cardoso/G1)Atriz Thayla Ayala marcou presença no protesto contra o sumiço do pedreiro Amarildo de Souza, na manhã deste domingo (11), na Rocinha, Zona Sul do Rio (Foto: Cristiane Cardoso/G1)
Amigos, parentes e artistas se reuniram na manhã deste domingo (11), data em que é comemorado o Dia dos Pais, para protestar contra o sumiço do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, desaparecido desde o dia 14 de julho. A manifestação, que durou uma hora, aconteceu no acesso à Favela da Rocinha, em São Conrado, na Zona Sul do Rio, onde ele morava.
Fernanda Paes Leme também marcou presença  (Foto: Cristiane Cardoso/G1)Fernanda Paes Leme também foi prestar
solidariedade (Foto: Cristiane Cardoso/G1)
Entre os artistas presentes, estavam as atrizes Thayla Ayala, Fernanda Paes Leme e a diretora Paula Lavigne. Segundo Thayla, o ato é uma junção de forças por uma única causa.
"A gente está usando o caso do Amarildo como exemplo, mas na verdade são 5600 desaparecidos só no Rio este ano. Isso mostra a falta de preparo da política pelos desaparecidos. A gente é chamado para juntar nossa força para uma marca, então porque não usar para uma causa assim. A gente está aqui para juntar força e para mostrar", declarou a atriz em entrevista ao G1.

Fernanda Paes Leme foi prestar solidariedade à família de Amarildo durante a manifestação. Para ela, a causa não é só da comunidade, mas sim de toda a população. "Eu vim dar um beijo nos filhos dele e em todos. A gente não pode deixar de ter uma resposta. Acho que essa mobilização é de todos, não só da comunidade. Não podemos deixar isso se apagar mesmo. Onde ele está? Já tem um mês e a gente precisa dessa reposta. A gente está de saco cheio já. São pessoas, a gente não pode brincar com isso", disse.
Esposa e filhos de Amarildo também participam do protesto na Rocinha  (Foto: Cristiane Cardoso/G1)Esposa e filhos de Amarildo também participaram do protesto na Rocinha (Foto: Cristiane Cardoso/G1)
O ato também contou com a presença de amigos e familiares do pedreiro, como os filhos e a esposa dele, Elisabete Gomes da Silva. Indignado com o desaparecimento, Willians Robert, de 43 anos, primo de Amarildo, disse que o Dia dos Pais é lembrado com muita tristeza pelos filhos di ajudante.
"A data de hoje representa uma tristeza para os filhos dele. Eles queriam estar com ele [Amarildo], mas infelizmente foram impedidos", disse Willians, que acrescentou ainda que o primo não tinha nenhum envolvimento com o tráfico de drogas e negou também a acusação de uma testemunha que relatou ter sido torturada dentro da casa de Elisabete:
"Isso que estão falando é uma calúnia. Eles [policiais] estão tentando inverter as coisas. Aquela casa é de família. Torturar dentro da casa da Bete [esposa de Amarildo] é uma mentira", completou.

Tristeza no Dia dos Pais
Um dos filhos de Amarildo, Anderson Gomes da Silva, de 21 anos, contou que nunca passou um Dia dos Pais tão triste como o deste domingo. "Enquanto eu estiver vivo, vou lutar pelo meu pai. A gente nunca passou um dia dos pais sem o nosso pai. Minha irmã de 6 anos pergunta pelo pai e eu respondo o quê? O que eu explico para ela? Eu não vou desistir. Enquanto estiver vivo, vou lutar por ele", desabafou.
Familiares de Amarildo puderam contar também com o apoio de parentes da juíza Patrícia Acioli, assassinada com 21 tiros na porta de casa em agosto de 2011, de membros da Anistia Internacional, além do presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), deputado Marcelo Freixo.
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Diretora Paula Lavigne e atriz Fernanda Paes Leme prestaram solidariedade aos filhos de Amarildo de Souza (Foto: Cristiane Cardoso/G1)Diretora Paula Lavigne e atriz Fernanda Paes Leme prestaram solidariedade aos filhos de Amarildo de Souza (Foto: Cristiane Cardoso/G1)
Membros da Anistia Internacional com cartaz "Onde está Amarildo?" (Foto: Cristiane Cardoso/G1)Membros da Anistia Internacional com cartaz "Onde está o Amarildo?" (Foto: Cristiane Cardoso/G1)
Pacificação em risco
O novo comandante das UPPs, Frederico Caldas, falou em entrevista veiculada no sábado (10) no RJTV sobre o desaparecimento do pedreiro Amarildo de Souza. Caldas prometeu rigor na investigação, já que o caso pode ser uma ameaça a paz na comunidade.
"Sem dúvida, essa questão do Amarildo pode colocar em risco o rumo da pacificação na Rocinha. Por isso, queremos ter toda transparência e rigor nessa aparição", disse ele.
De acordo com Caldas, a Polícia Militar acredita que não houve envolvimento de agentes no sumiço do pedreiro. "Nossa expectativa é de que não tenha havido participação dos policiais militares. Na hipótese das evidências apontarem para isso, a polícia militar será muito rigorosa", concluiu.
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