Sob interesses pessoais, Fabris e Henry querem Maluf secretário


Romilson Dourado

   A indicação do nome do deputado Guilherme Maluf para eventualmente comandar a pasta da Saúde do governo Silval Barbosa é resultado de uma articulação conjunta de bastidores do suplente Gilmar Fabris (PSD) e do deputado federal Pedro Henry que, mesmo sob desgaste político, condenado pelo Supremo por ligação com o mensalão e prestes a perder a cadeira na Câmara, continua ditando as regras no PP. Tanto Henry quanto Fabris têm interesses políticos e pessoais na nomeação de Maluf no Executivo.
   Henry é sócio de Maluf em negócios na área da saúde. Mantém uma clínica em salas dentro do hospital privado Santa Rosa, que tem Maluf como um dos sócios. Foi Henry quem, enquanto secretário de Saúde do Estado, transferiu a gestão do setor para OSS e o Santa Rosa tem sido contemplado com esses serviços terceirizados. Nada justifica a campanha pró-Maluf não fossem os interesses pessoais. No campo político, o deputado é de um partido, o PSDB, que faz oposição à administração Silval (PMDB).
   Fabris, que se tornou um "eterno" suplente, estava legislando até o mês passado no lugar de Maluf, que havia saído de licença para se submeter a uma cirurgia no ombro direito. Com seu retorno à cadeira, Fabris deixou a Assembleia. Agora, um mês depois, o ex-democrata vive expectativa de reassumir o posto. Fabris buscou apoio de praticamente todos os grupos. Obteve aval também do colega José Riva, afastado da presidência da Assembleia. Depois de "conquistar" caciques do PSD, recorreu a Pedro Henry que, de tão interessado em emplacar Maluf, nem se importou que o secretário Mauri Rodrigues está na cota do próprio PP. Com vários pleitos para um só objetivo, o de transformar Maluf em secretário, o governador Silval ficou de avaliar. A tendência é que aceite a indicação, ainda mais considerando que Mauri está tendo uma gestão pífia, perdeu apoio político e agora respaldo do seu próprio partido.
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