Há um número significativo de pessoas sendo traficadas de outras cidades e até de outros estados para Santos. “Há muitas notícias e alguns casos já detectados. Um dos mais paradigmáticos foi o da Portuguesa Santista, em que aconteceu a exploração da juventude na seleção de peneiras de futebol. Aliás, esse foi o primeiro caso reconhecido no Brasil de tráfico de pessoas no Mundo do Futebol”.
O depoimento emocionado é da coordenadora dos Programas de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Combate ao Trabalho Escravo no Estado de São Paulo, Juliana Felicidade Armede. Ela esteve ontem de manhã inaugurando, junto com o prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) e a secretária estadual de Justiça e Defesa da Cidadania, Eloisa de Sousa Arruda, as novas instalações do Centro de Referência e Apoio à Vítima (Cravi) — Rua Campos Sales, 128, na Vila Nova.
Juliana Armede afirma que existe exploração sexual no porto e que é comum jornais anunciarem seleção de mulheres de programas não só na cidade como no Brasil. “Criança na rua trabalhando também pode ser tráfico de pessoas. Mulheres no porto sem nenhum tipo de cuidado com relação à exploração também pode ser tráfico de pessoas”, revela, enfatizando que elas são oriundas de diversas partes do Brasil.
O depoimento emocionado é da coordenadora dos Programas de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Combate ao Trabalho Escravo no Estado de São Paulo, Juliana Felicidade Armede. Ela esteve ontem de manhã inaugurando, junto com o prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) e a secretária estadual de Justiça e Defesa da Cidadania, Eloisa de Sousa Arruda, as novas instalações do Centro de Referência e Apoio à Vítima (Cravi) — Rua Campos Sales, 128, na Vila Nova.
Juliana Armede afirma que existe exploração sexual no porto e que é comum jornais anunciarem seleção de mulheres de programas não só na cidade como no Brasil. “Criança na rua trabalhando também pode ser tráfico de pessoas. Mulheres no porto sem nenhum tipo de cuidado com relação à exploração também pode ser tráfico de pessoas”, revela, enfatizando que elas são oriundas de diversas partes do Brasil.
Prefeito de Santos e secretária estadual de Justiça inauguraram ontem a nova sede (Foto: Luiz Torres/DL)
Ainda sobre futebol, a coordenadora revela que há meninos que vêm para Santos sonhando em se tornar jogadores de futebol como Neymar ou Ganso e isso também pode se converter em tráfico de pessoas. “Não estamos falando de algo novo e tráfico de pessoas não se combate com repressão criminal. O grande problema é a política de base”, comenta.
Sobre crianças, Juliana Armede adverte: “tem muita criança do Pará, Santa Catarina e da Capital (São Paulo) vindo para Santos. Como uma criança de oito anos embarca sem apresentar nenhuma identidade em ônibus com uma pessoa estranha? Tem alguma coisa errada acontecendo”.
Sobre a expansão de casas de prostituição nos bairros, já observada por inúmeros santistas, a coordenadora afirma que isso está acontecendo por causa de uma forte repressão no porto e fechamento desses pequenos hotéis nos arredores.
“Foi uma luta para o Tribunal de Justiça entender que pode, sim, fechar imóveis pelo simples fato que neles têm exploração sexual infantil. Ponto final. Isso é inadmissível, é tolerância zero”, finaliza, alertando que o Estado vem se empenhando para combater essa situação.
O Cravi oferece apoio, de forma gratuita, à vítimas diretas e indiretas de crimes violentos, como homicídio, latrocínio (roubo seguido de morte) e ameaça. O local também servirá como base para o trabalho do Comitê Regional Interinstitucional de Prevenção e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas de Santos. Atualmente, São Paulo possui 15 comitês regionais.
Portuguesa Santista
O caso da Portuguesa Santista ocorreu em maio do ano passado. O clube foi condenado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo por tráfico de seres humanos e sentenciado a pagar uma indenização a adolescentes que atuaram na base do clube.
Enquanto treinavam na Briosa, dez jovens, oriundos do Pará, moravam em um pequeno apartamento em um prédio no bairro da Ponta da Praia, em Santos. Após constatar a situação em que os garotos viviam, o Conselho Tutelar entrou com ação e eles foram levados a um hotel e, posteriormente, retornaram para casa.
Na época, o promotor da Infância e Juventude de Santos, Carlos Alberto Carmello Junior, criticou a forma como viviam os adolescentes - sem proteção médica, uma pessoa para gerir a questão da educação e prestação odontológica.
A Portuguesa Santista recorreu à decisão e se defendeu alegando que o departamento de futebol amador era gerido por uma empresa terceirizada, cujo contrato foi rompido após o ocorrido.
Sobre crianças, Juliana Armede adverte: “tem muita criança do Pará, Santa Catarina e da Capital (São Paulo) vindo para Santos. Como uma criança de oito anos embarca sem apresentar nenhuma identidade em ônibus com uma pessoa estranha? Tem alguma coisa errada acontecendo”.
Sobre a expansão de casas de prostituição nos bairros, já observada por inúmeros santistas, a coordenadora afirma que isso está acontecendo por causa de uma forte repressão no porto e fechamento desses pequenos hotéis nos arredores.
“Foi uma luta para o Tribunal de Justiça entender que pode, sim, fechar imóveis pelo simples fato que neles têm exploração sexual infantil. Ponto final. Isso é inadmissível, é tolerância zero”, finaliza, alertando que o Estado vem se empenhando para combater essa situação.
O Cravi oferece apoio, de forma gratuita, à vítimas diretas e indiretas de crimes violentos, como homicídio, latrocínio (roubo seguido de morte) e ameaça. O local também servirá como base para o trabalho do Comitê Regional Interinstitucional de Prevenção e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas de Santos. Atualmente, São Paulo possui 15 comitês regionais.
Portuguesa Santista
O caso da Portuguesa Santista ocorreu em maio do ano passado. O clube foi condenado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo por tráfico de seres humanos e sentenciado a pagar uma indenização a adolescentes que atuaram na base do clube.
Enquanto treinavam na Briosa, dez jovens, oriundos do Pará, moravam em um pequeno apartamento em um prédio no bairro da Ponta da Praia, em Santos. Após constatar a situação em que os garotos viviam, o Conselho Tutelar entrou com ação e eles foram levados a um hotel e, posteriormente, retornaram para casa.
Na época, o promotor da Infância e Juventude de Santos, Carlos Alberto Carmello Junior, criticou a forma como viviam os adolescentes - sem proteção médica, uma pessoa para gerir a questão da educação e prestação odontológica.
A Portuguesa Santista recorreu à decisão e se defendeu alegando que o departamento de futebol amador era gerido por uma empresa terceirizada, cujo contrato foi rompido após o ocorrido.