Outro dia, em Primavera do Leste, o governador Silval Barbosa, com a habilidade de um ourives, lapidou suas palavras com extrema elegância para reconhecer o papel de seus antecessores no Palácio Paiaguás, neste longo processo de desenvolvimento vivenciado por Mato Grosso nas últimas décadas. Sob o olhar orgulhoso dos ex-governadores Júlio e Jaime Campos, o atual mandatário lembrou a importância de cada gestor, no seu tempo, para a consolidação econômica de nossa comunidade.
Falou com sinceridade e respeito de Frederico Campos, Carlos Bezerra, Dante de Oliveira, Blairo Maggi, além de Júlio e Jaime Campos, ali presentes. Com seu discurso, Silval construiu a necessária travessia política para o resgate histórico de personagens tão instigantes da vida regional. Sim, Mato Grosso não começou agora. Nosso progresso é o resultado do trabalho de muitas mãos e do suor de muitas faces.
De fato, ao seu modo, cada um dos ex-governadores contribuiu para transformar Mato Grosso na potência econômica que conhecemos hoje. Fincaram as bases do nosso desenvolvimento, com obras de infra-estrutura, programas de incentivo fiscal, projetos de expansão da fronteira agrícola e a colonização de vastas áreas.
Cometeram erros e acertos, mas o saldo é positivo. Cada um com seu estilo administrativo e suas convicções políticas, ajudou a impulsionar Mato Grosso para o futuro. Todos, sem exceção, demonstraram visão estratégica e, sobretudo, uma arraigada crença nos destinos desta terra. São homens que pensaram além de seu tempo, antevendo nosso Estado como um canteiro de oportunidades e negócios capaz de atrair a atenção de empresários, investidores e profissionais liberais de todo o país.
Aparentemente apenas um elogio protocolar, as orações de Silval Barbosa ganharam uma força premonitória, com enorme significado político, após a divulgação da notícia de que Mato Grosso alcançou a 4ª posição entre os exportadores brasileiros, superado somente pelos estados da Região Sudeste.
Isto porque o governador reafirmou a teoria democrática de que a alternância de poder não precisa, necessariamente, desaguar na descontinuidade administrativa. O plano de desenvolvimento da região está acima dos interesses partidários. É superior, eticamente, à personificação do poder.
Quem chegou a 4ª posição entre os exportadores nacionais não foi Silval Barbosa. Foi, isto sim, uma seqüência de ações práticas e atitudes políticas capazes de alicerçar o desenvolvimento do Estado. Não é papel de apenas um homem, mas sim esforço de toda uma geração: de políticos, empresários, estudantes, cientistas, intelectuais, agricultores e trabalhadores.
No entanto, as sábias palavras do governador Silval Barbosa, lamentavelmente, ficaram circunscritas ao ambiente em que foram proferidas. Não reverberam com a dignidade que mereciam, muito por culpa da inapetência da propaganda oficial.
Aliás, com um volume espetacular de obras e feitos, o governo estadual não consegue se comunicar com a sociedade. Padece de um isolamento incompreensível e de um silêncio constrangedor: não explica, não orienta, não dialoga e, por isso, não convence. Também pudera, o titular da pasta, Carlos Rayel é um notório caçador de pequenas vantagens, de negócios fáceis e sinecuras.
(*) PAULO LEITE é jornalista e escritor.
Reconhecimento Carlos Rayel é um notório caçador de pequenas vantagens, de negócios fáceis e sinecuras.diz Leite
maio 17, 2013
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