Uma fileira interminável de cartazes propagava a luta pela desconstrução de valores machistas impostos pela sociedade. Mulheres, crianças, homens, pais e filhos desfilaram pelas Avenidas Conde da Boa Vista e Guararapes com os dizeres de alerta. “É uma celebração triste; estamos reinvindicando para que não haja violência, mas a sociedade ainda não entende”, comenta Késia Salgado, uma das organizadoras do evento.
Durante a concentração e pelo percurso, várias intervenções artísticas de grupos que apoiam a causa. Nas performances, direito a mulheres nuas ou com poucas peças de roupas para desconstruir a visão do ‘sexo frágil’ ou a crença de que as mulheres pedem para ser estupradas. “A marcha vem para mostrar que as mulheres não ficarão mais caladas, que a impunidade não vai acontecer; vivemos uma epidemia e a sociedade tem que se reeducar”, alerta Késia.
Já no final da marcha, na Praça da Independência, o grupo abriu espaço para os depoimentos. Com megafones, mulheres vítimas de agressões compartilharam com os presentes suas experiências. De acordo com a organização, a marcha ganhou mais seguidores neste ano.
Sempre organizados em sua maioria pelas redes sociais, este ano a marcha contou com diversos debates preparatórios. No Facebook, o evento da Marcha das Vadias contou com quase 2.600 confirmações. A marcha deste sábado terminou, mas a luta não. “A marcha das vadias não para quando termina; continuamos trabalhando para que não se esqueça que a violência acontece todo dia”, finaliza.
MOVIMENTO - O Movimento Slutwalk surgiu no Canadá, no início de 2011. Na época, diversos casos de abuso sexual em mulheres da Universidade de Toronto levou um policial a dizer que ‘as mulheres evitassem se vestir como vadias para não serem vítimas’. A tal frase levou milhares de mulheres às ruas de todo o mundo protestarem contra a crença de que ‘as mulheres pedem para ser estupradas’.
Fonte: NE 10





