Números são alarmantes: em menos de cinco meses, de janeiro a maio deste ano, o Ministério Público de MT recebeu 28 casos de crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual
Ou seja: a situação pode ser duas a até três vezes mais, levando-se em consideração as situações que acabaram ficando sem denúncias por opressão ou medo. Os 28 casos registrados foram denunciados através do disque 100 e encaminhadas à Promotoria de Justiça de Poconé. Dos casos denunciados, seis vítimas estão com medida protetiva.
O presidente do Conselho Municipal de Segurança Pública de Poconé, Jassom Borralho, disse que a situação é de extrema gravidade. Ele informou que 70% dos partos realizados este ano em Poconé foram de meninas entre 13 e 15 anos. Segundo ele, esse dado não é tão preciso, já que foi encaminhado por um obstetra da cidade, mas mostra o quanto a sociedade precisa se organizar. Os dados foram apresentados durante o Encontro Permanente da Juventude que abordou o tema “Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes”.
O encontro fez alusão à adolescente Caroline Cristiane de Almeida Martins, 15 anos, assassinada às margens da Rodovia Transpantaneira, no Pantanal Mato-grossense, no dia 18 de maio do ano passado. O corpo dela foi encontrado uma semana após o crime. O suspeito, um menor de 16 anos, cumpre a medida socioeducativa no Complexo Pomeri. A estudante foi morta com requinte de crueldade e de brutalidade.
O procurador-geral de Justiça, Paulo Roberto Jorge do Prado, foi o palestrante convidado do evento e abordou a necessidade de parcerias entre os gestores públicos do município para desenvolver atividades em prol das crianças e adolescentes. “O abuso sexual contra crianças e adolescentes ocorre em tão expressiva quantidade que é considerado um problema de saúde pública, que ocasiona sérios prejuízos para as vítimas, envolvendo aspectos psicológicos, sociais e legais”, destacou o procurador-geral de Justiça.
A cidade de Poconé/MT tem 232 anos e população estimada em 32 mil habitantes, e ainda não possui um lar para atender crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual mantido pelo município. Conforme a promotora Daniele Crema da Rocha, o Ministério Público Estadual conseguiu viabilizar parcerias e melhorar a estrutura física do Conselho Tutelar.





