3ª Marcha contra a Pedofilia - Um apoio à esperança


3º marcha contra pedofilia atua em prol de vítimas e suas famílias na região do DF, local com maior número de denuncias de violência sexual
Em parceria com a Associação Toque para o Futuro e outras entidades governamentais e não governamentais, a ONCDP- Organização Nacional Contra Drogas e Pedofilia realizou em Ceilândia a sua 3ª marcha contra o abuso sexual infantil, nesta manhã de sábado, 18 de maio- Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Contra Crianças e Adolescentes. A ação buscou conscientizar e alertar a população local sobre os cuidados e a necessidade de defesa dos direitos de meninas e meninos crescerem de forma saudável e protegida. Com cerca 200 pessoas segurando faixas e cartazes com frases pedindo por basta a violência sexual e solicitando pelos direitos humanos da criança o grupo de pessoas deu início a uma caminhada de aproximadamente 3 km, que partiu da Fundação Bradesco até o Centro da Cidade, localidade onde se concentraram para efetivar atividades informativas de prevenção, atenção e atitude.

O Presidente da ONCDP, Ielton Ferreira esclareceu o motivo dessa ação: “A ONCDP é uma ONG que trabalha com a prevenção e combate a pedofilia e droga, aqui no Distrito Federal. Hoje nós promovemos esse evento, justamente para chamar atenção das autoridades e das pessoas, para que todos abracem a causa e denunciem”. Ele ainda conta como a ONCDP alcançou alguns resultados inesperados por meio da passeata: “A ONG com certeza alcança através da marcha alguns resultados, que não vem de imediato, mas consegue. Por exemplo, a nossa 2º marcha conseguiu ajudar a conscientizar quatro pessoas a denunciarem os pedófilos, e esperamos que essa terceira conscientize mais pessoas a denunciarem”, conclui Ielton Ferreira.
Panfletos, folders e cartilhas foram ferramentas que a ONCDP, juntamente com a Secretária de Justiça, Secretária de Saúde, Policia Militar e Voluntários utilizaram para informar e educar as pessoas que passavam no momento do evento. Além disso, enfermeiros e médicos, que se voluntariaram, examinaram os sinais vitais de quem quisesse receber o atendimento, uma forma de buscar aproximação das famílias e crianças.
Maria de Fátima é dona de casa, estava no Centro de Ceilândia no momento do evento e relatou o que achou da ação da ONCDP: “Eu estou achando maravilhoso e deveria ter mais eventos como esse para combater a pedofilia. Na minha família houve um caso de violência sexual, foi com a minha neta em Minas Geriais, que foi abusado pelo padrasto e hoje ela está fazendo tratamento com um psicólogo aqui em Brasília. Infelizmente a mãe não acredita na mina e defende o homem. Hoje este tipo de caso está acontecendo com muita frequência. Então, eventos iguais a esse devem continuar”.
No Brasil, o Distrito Federal está em primeiro lugar com índices mais elevados de casos e denúncias de pedofilia conforme dados da Secretária de Direitos Humanos da Presidência da Republica. Somente, em 2012 foram 5.135 denuncias registrados pelo Disque 100. De acordo com informações da 1ª Vara da Infância e da Juventude do Distrito Federal, grande parte das vítimas é do sexo feminino e estão na faixa etária de 3 a 12 anos. A maioria dos casos de abuso ocorre dentro da casa da criança ou adolescente, ou seja, é praticado por pessoas da própria família, geralmente o padrasto ou pai.
O abuso sexual infanto-juvenil é a ação praticada pela pessoa que utiliza uma criança ou adolescente para satisfazer os seus desejos sexuais, por meio de ato sexual (oral, anal ou vaginal) ou mesmo partindo de ações com características eróticas. Pode também ocorrer de outras formas, por exemplo, o incentivo à prostituição, escravidão sexual e pornografia infantil – de todas as maneiras, desde fotos de crianças nuas até sexo explícito.
Ceilândia é uma das cidades satélites do Distrito Federal onde ocorrem os maiores números de caso de pedofilia, cerca de 20%. Porém, ainda devem existir muitos casos que não foram denunciados e a culpa por isto acontecer é das próprias pessoas que ainda persiste em se omitir diante desse tipo de ato. Essas pessoas se tornam cúmplices da pedofilia. Não acham?
Não se cale diante da violência!
O Disque Denuncia Nacional, ou Disque 100, é um serviço de comunicação com foco na proteção das crianças e dos adolescentes contra a violência sexual, onde a sociedade civil pode estar denunciando a pessoa que abusou e violentou sexualmente de alguém. Saiba que quem denuncia terá sua identidade resguardada, ou seja, você não será identificado como autor da denuncia e estará ajudando a evitar que outras crianças e adolescentes sejam mais uma vitima.
O Disque 100 funciona de segunda a sexta-feira, fins de semana e feriados das 8h às 22h. Denuncie!
Buscando Ajuda
Buscando proteger e dar auxílio para famílias e vítimas do abuso sexual a Organização Nacional Contra Drogas e Pedofilia (ONCDP) é uma ONG que atua na Capital Federal, localizada em Ceilândia – Região Administrativa de Brasília – e há três anos, promove a realização de atividades culturais, sociais e educacionais para proteger as crianças e adolescentes vítimas do abuso sexual e do vício das drogas.
A ideia de criar a instituição para combater o crime veio da iniciativa de Ielton Ferreira, presidente e fundador, que teve como objetivo principal o desenvolvimento das atividades para a prevenção contra a pedofilia. Ielton nasceu no interior do Estado de Goiás, onde viveu parte da sua infância com seus pais e irmãos. Em 1993, para realizar o seu sonho de cursar Direito, mudou-se sozinho para o Distrito Federal sem nenhum recurso financeiro.
Abrigou-se então na casa de parentes e logo começou a trabalhar. Algum tempo depois, tentou três vezes o vestibular na Universidade de Brasília (UnB), mas não foi aprovado. Não desistiu de tornar seu sonho realidade. Em seguida, passou no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) conquistando ganhou uma bolsa de 40%. Atualmente, ele cursa Direito na Universidade Paulista (UNIP), e em parceria com outras pessoas que estão sempre envolvidas com questões sociais, fundou a ONCDP.
“A iniciativa surgiu de acordo com o crescimento dos crimes de pedofilia e usos de drogas, que era visto com frequência em jornais, revistas e televisão. Quando eu passei a entender melhor a situação, tive a ideia de criar um projeto social que pudesse ajudar as pessoas”, afirmou Ielton Ferreira. Hoje, a ONG conta com 15 integrantes atuantes, com exceção dos colaboradores e voluntários.
Lucimar Bento
ONCDP