corajoso líder estudantil contesta informações da UFMT


Caiubi 1Geólogo e mestrando em Geociências Caiubi Kuhn é um dos organizadores dos manifestos contrários à redução de vagas nas casas dos estudantes Um dos líderes estudantis que foi preso e brutalmente agredido por policiais da Ronda Ostensiva Tática Móvel (Rotam) durante manifesto na última quarta-feira (06) contra redução de vagas nas casas de estudantes alugadas pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), o geólogo e mestrando em Geogicências, Caiubi Kuhn contesta as “informações oficiais” divulgadas pela universidade por meio de notas encaminhadas à imprensa.

Em seu blog, o estudante que também é integrante do Sistema Confea/ Crea de Mato Grosso e da Juventude Socialista PDT/MT, publicou nesta última sexta-feira (08) um post relatando que seriam inverídicas algumas informações divulgadas pela UFMT. Afirma que a nova proposta de bolsa moradia que a instituição vem adotando não contempla todos os alunos carentes mais necessitados. Justifica que com o valor oferecido não é possível que o universitário consiga alugar por conta própria uma quitinete ou casa por menos de R$ 500 nas proximidades na universidade. Enfatiza ainda que por ser de baixa renda e estarem longe da família para estudar, esses alunos não conseguem fiador para alugar imóveis, uma das exigências das imobiliárias e donos de casas e quitinetes disponíveis para aluguel.
Também questiona sobre o real motivo de a UFMT ter se negado a realizar uma audiência pública sobre o assunto. Afirma que os estudantes, os maiores interessados, só foram comunicados informalmente sobre a decisão do fechamento das casas que, segundo Caiubi, acontece num momento em que a demanda está ampliando expressivamente.
Confira a íntegra do questionamento publicado no blog do geólogo:

A verdade sobre a Assistência estudantil na UFMT

Nos últimos dias, após os fatos ocorridos durante a nossa luta contra o fechamento de 50 vagas nas casas de estudantes da UFMT, diversas informações foram colocadas sobre a assistência estudantil. É importante esclarecermos, dentre tudo que foi dito, qual é a realidade dos fatos, e o que está sendo omitido e/ou alterado.

Os números reais sobre assistência estudantil são bem diferentes do que os apresentados pela universidade e, por isso, são necessários corrigir e elucidar alguns fatos e dados. A UFMT possuirá este ano 1885 bolsas permanência (sendo 1250 institucionais e 635 oriundas da nova politica de cotas do MEC) a qual para-se 400 reais mensais para cada estudante bolsista estudantes, 1500 bolsas alimentação cujo valor este ano será de 100 reais mensais tendo ainda um adicional na nesta bolsa de 40 reais quando este for morador de casas de estudantes ou bolsistas moradia, 360 bolsas moradia onde o valor é de 360 reais e 150 vagas de casa de estudantes, das quais todas estas podem ser acumulativas entre si exceto bolsa moradia e casa de estudante.

Sendo assim o estudante que é amparado por todas as politicas de bolsa e auxilio chegam ao máximo a ganhar 540 reais quando morador de casa de estudante e 900 reais quando bolsista moradia. Neste segundo caso com este valor o estudante deve pagar seus gastos com agua, luz, telefone, internet, alimentação e demais gastos que todo estudante tem. Afirmo então que a UFMT não paga 1200 reais de bolsa, e sim ao máximo 800 reais, e este valor e pago a no máximo 360 estudantes, já que, este é o numero de bolsistas moradias.

Ressalto ainda que a minoria dos estudantes recebem os três tipos de politica (alimentação + permanência + moradia) sendo assim, a informação passada na mídia através da reitora de que os discentes receberiam 1200 reais não procede, assim como a informação referente a quantidade de estudantes assistidos pela politica de bolsas da UFMT, que são para atender mais de 20 mil discentes, lembrando que as politicas de bolsas são acumulativas, desta forma diferente do que foi dito pela UFMT não temos metade dos estudantes assistidos por bolsas de auxilio, e sim apenas cerca de 10% a 15% dos discentes são amparados pela assistência estudantil.

A Casa do estudante que foi inaugurada no final de 2012, começou sua construção a 8 anos atrás e foi entregue somente agora. Desde o inicio da gestão da reitora Maria Lucia, não se teve nenhum edital de construção de novas casas de estudantes, mostrando assim que a UFMT não prioriza a politica de casas de estudantes. Neste período a instituição criou uma politica paliativa que foi o auxilio moradia, entretanto temos que analisar a relação de custo/beneficio entre as duas políticas.

Nas casas de estudantes, os assistidos possuem geladeira, fogão, cama, maquina de lavar dentre outros apetrechos que são usados para vivência e para qualidade de vida. Primeiramente ressalto que defendo a construção de novas casas, mas se for para analisarmos as diferenças entre os gastos com as casas de estudantes alugadas e o valor gasto com auxílio moradia, temos que ser críticos e colocar os dados na ponta do papel.

Nos bairros próximos a UFMT, qualquer aluguel de uma kitnet de um quarto e um banheiro custa cerca de 500 reais. O auxilio paga somente 360 reais para que o estudante pague agua, luz e internet, não sendo suficiente para os mesmos o valor pago pela universidade com a politica de auxilio.

Cada casa alugada tem um custo que varia entre 1900 e 2800 reais para abrigar entre 8 e 12 estudantes. Ao todo o gasto com aluguel custa cerca 240 reais por mês para cada um dos 50 estudantes assistidos por estas casas. A universidade também custeia os gastos de energia e agua e fornece internet gratuita (pois é proveniente da conexão principal da universidade e é transmitida através de antenas para as moradias). Estas casas possuem toda a estrutura de vivência necessária para convivência e formação dos estudantes, como cozinha, área de serviço, quintal, sala dentre outras estruturas que auxiliam para a qualidade de vida dos moradores.

Comparando então, às casas supracitadas, ao auxilio moradia, e com base nos dados aferidos, nota-se que a primeira possui um grau de qualidade superior por ser uma política mais barata e eficiente, contrária ao auxílio moradia, que se mostra hoje com valores insuficientes para custear os gastos dos estudantes.

Agravando a situação e analisando o fato de que as politicas de assistência estudantil são para estudantes de baixa renda, temos que considerar que, para realizar aluguéis em geral é necessário fiador e comprovação de renda. Ora, se a família do discente é de baixa renda quem seria o fiador desse estudante? E digo mais, nas casas de estudantes já existem móveis que fornecem aos estudantes as condições mínimas de vivência. Uma família de baixa renda teria condições de mobiliar uma kitnet? Teria condições de pagar a conta de energia, água, e internet?

Importante ressaltar que neste ano de 2013 ingressarão dentre os calouros da UFMT, pela nova politica de cotas, 635 estudantes comprovadamente de baixa renda. Muitos destes são oriundos de outros estados, sendo assim, necessitarão de moradia estudantil. Nesta análise não estamos considerando a demanda existente nos dias de hoje e que não é atendida, ou seja, somente a demanda dos calouros já será muito superior a oferta atual. E por isso defendemos a ampliação de imediato da moradia estudantil. Queremos construção imediata de novas casas e não aceitamos a redução de nenhuma vaga de moradia estudantil. Nós estamos defendendo que a UFMT mantenha as casas de estudantes alugadas, já que estas se mostram mais baratas e oferecem uma melhor qualidade de vida. Lembrando que não estamos aqui reivindicando nenhum tipo de luxo, apenas qualidade de vida e eficiência dos gastos públicos.

E perguntamos: Mesmo com todos estes argumentos, por que a reitora quer fechar as casas? Que gestora é essa que quer optar por uma politica mais cara e menos eficiente, querendo colocar o estudante em condições piores de moradia? E por que a UFMT tem se negado a realizar uma audiência pública? E o mais importante, porque o maior interessado, que é o estudante, foi informado informalmente somente sobre esta “mudança”? Nunca fomos ao menos, convidados para participar dessa discussão e buscar alternativas, uma vez que somos os principais afetados com essas mudanças? E por que reduzir vagas na sendo que a demanda esta ampliando expressivamente?
(Com Gazeta Digital)

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