O número de pessoas interessadas em adotar crianças ou adolescentes independentemente da cor da pela e da idade está crescendo no Brasil. Dados do Cadastro Nacional de Adoção (CNA) mantidos pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) mostram que, em dezembro do ano passado, 37,7% dos 28,7 mil pretendentes cadastrados não se importavam com a raça da criança ou adolescente disponível para adoção. Em 2010, essa margem era de 31,4% dos 30,3 mil candidatos. Um aumento de 6,3 pontos percentuais.
Já a quantidade de interessados em adotar apenas crianças menores de 1 ano caiu 3,5 pontos percentuais. Enquanto, em 2010, 19,6% do total de adotantes cadastrados exigia essa faixa etária, em 2012, esse percentual foi de 16,1%, segundo o CNA.
De acordo com o promotor de justiça da Vara da Infância e Juventude de Uberlândia, Jadir Cirqueira Souza, o cenário da cidade segue a tendência nacional. Segundo ele, embora não seja possível levantar os números locais, por percepção, é possível afirmar que houve mudança no perfil desejado pelos candidatos a pais adotivos, devido à maior conscientização.
“Na medida em que a Vara começou a trabalhar com a devolução de crianças para as famílias biológicas e, após a criação de uma Organização Não Governamental que realiza debates sobre adoção, as pessoas começaram a perceber que não teríamos mais tantas crianças aptas para a adoção e começaram a mudar os critérios de seleção”, afirmou. Em Uberlândia, existem 55 crianças e adolescentes aptos a serem adotados (veja perfil nesta página) e 122 candidatos aptos à adoção.
Exemplo
A psicóloga Cassilda Borges da Silva Martins de Oliveira e o empresário Pedro Paulo Martins de Oliveira Filho fogem da maioria dos estereótipos de adoção. Em 2002, eles adotaram um recém-nascido negro e, sete meses depois, foi descoberto que a criança era portadora de uma deficiência física. “Não importava a cor da pele dele e nem se era menino ou menina. O que queríamos era um filho para formarmos uma família, e nada mudou depois da descoberta da deficiência do Dyego. Se fosse nosso filho biológico, também estaríamos sujeito a essa situação”, disse Cassilda Borges.
Ela ainda afirmou que pretende adotar mais uma criança. “Dessa vez queremos uma criança maior, com mais ou menos 10 anos. O Dyego pede um irmão e nós também queremos mais um filho.”
Ela ainda afirmou que pretende adotar mais uma criança. “Dessa vez queremos uma criança maior, com mais ou menos 10 anos. O Dyego pede um irmão e nós também queremos mais um filho.”
Espera é de seis meses, em média, para ter um novo membro na família
O tempo médio de espera para adoção em Uberlândia é de seis meses, segundo o promotor de justiça da Vara da Infância e Juventude, Jadir Cirqueira Souza. A não exigência de cor da pele e idade das crianças e adolescentes por parte dos candidatos a pais adotivos pode reduzir essa espera para três meses, de acordo com o promotor.
“As maiores dificuldades e demora no processo de adoção são por causa dos critérios das pessoas que querem adotar. Nós temos crianças nos abrigos prontas para adoção, mas nem sempre se encaixam no perfil procurado. Então, se o adotante abre mão das características físicas, o tempo de espera é reduzido”, afirmou Souza.
Uma contadora, que prefere não ter o nome divulgado, adotou, em 2007, uma criança de 4 anos e, por conta da idade, o processo de adoção demorou menos que o esperado. “Na época, nós pensávamos que a espera seria de mais ou menos de um ano. Mas como pedimos uma idade entre 4 e 5 anos e esse não era um perfil muito procurado, conseguimos adotar a nossa filha em cerca de quatro meses”,
disse.
Ong auxilia os candidatos a pais
Para desmistificar a adoção, promover reflexões sociais, auxiliar, orientar e acompanhar pessoas que querem adotar um ou mais filhos, foi criada, em outubro de 2012, por iniciativa de pessoas que já tinham experiência com adoção, a primeira Ong de apoio à adoção de Uberlândia, o grupo Pontes de Amor. A Organização Não Governamental atua em parceria com a Vara da Infância e Juventude e atende, por mês, cerca de 60 pessoas interessadas na adoção.
De acordo com a advogada que atende a Ong, Marlla Danielly Esteves Rocha, o perfil de criança mais procurado para adoção é menor de 2 anos, branca e do sexo feminino. “O Pontes de Amor faz um trabalho para desmistificar esse estereótipo. Não importam as características físicas quando se quer ter um filho. Mesmo quando é biológico, você não sabe exatamente como ele vai nascer e é esse trabalho de conscientização que o grupo faz.”
Por: Daniela Nogueira Repórter - Jornal Correio de Uberlândia
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