Açougueiro é condenado a 16 anos de reclusão por homicídios

Crimes foram cometidos em 2006, na Feira do Verdão; Réu está foragido

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Juíza Mônica Perri: réu foi condenado a 16 anos anos de reclusão

LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO

O açougueiro Wanderlei Rodrigues Santos foi condenado por júri popular a 16 anos e 11 meses de reclusão por dois homicídios ocorridos em 20 de junho de 2006, na Feira do Verdão, em Cuiabá. A sentença foi proferida durante o julgamento realizado na quinta-feira (28).

Santos se encontra foragido da Justiça e teve a prisão preventiva decretada pela juíza Mônica Catarina Perri Siqueira, que conduziu o julgamento. Na sentença, a magistrada também rejeitou qualquer possibilidade do réu poder recorrer da sentença em liberdade, a fim de não prejudicar o resultado final de todo o processo.

“Não obstante a permissão legal para realização do júri sem a presença do réu, a execução penal restará prejudicada se não for encontrado, mormente porque a pena a ele imposta deve inicialmente ser cumprida em regime fechado, o que poderá implicar na prescrição executória, tornando inócua a laboriosa ação penal, posto que ao final se chegará a um resultado ineficaz”, afirmou a juíza.

Os jurados acolheram a argumentação do promotor Antônio Sérgio Cordeiro Piedade, que representou o Ministério Público Estadual (MPE) no julgamento, de que os assassinatos cometidos por Santos tiveram motivo torpe e que o réu utilizou recursos que impossibilitaram a defesa das vítimas.

Relembre o caso

Consta nos autos que o açougueiro estava em frente ao box de vendas da primeira vítima, Francisco Eilson Freire, por volta das 15h30, quando uma discussão teve início.

Na época, feirantes do local afirmaram que o réu tinha o hábito de beber demais e que perdia o controle, atirando contra as telhas do box que era de sua propriedade. Irritado com a situação, seu vizinho de banca, Freire, teria pedido a Freire para que revisse seu comportamento, o que teria motivado a discussão.

Motivado por vingança, Santos teria solicitado a um mototaxista para que o levasse em casa, onde buscou um revólver calibre 38. De volta à feira e com a arma em punho, Santos atirou cinco vezes contra Freire. Os tiros também acertaram a senhora Germana das Neves Santana, que fazia tricô em um box próximo.

“A culpabilidade do réu foi acentuada, pois ele tinha o firme propósito de executar a vida da vítima. Após uma briga entre ambos, o réu solicitou a um mototaxista que fosse até a sua residência buscar a arma de fogo e, de posse da arma, foi ao box da vítima, aonde já chegou atirando”, disse o promotor.

Freire foi encaminhado ao Pronto-Socorro de Cuiabá, com um tiro no rosto, mas morreu durante o caminho. Já a senhora atingida com uma bala perdida conseguiu correr pela feira pedindo ajuda, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no local.