Depois da punhalada que recebeu do PSDB, Kamil Fares mantém seus sonhos e quer disputar a Prefeitura de Cuiabá pelo PDT
ENOCK CAVALCANTI
CENTRO OESTE POPULAR
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O veterano e experiente médico Kamil Fares – aclamado como um administrador de sucesso e que fez da Unimed Cuiabá uma das mais bem sucedidas em todo o Brasil, dada a excelência do seu gerenciamento -, é o nome do PDT para a disputa da Prefeitura de Cuiabá. Superando o desgosto e o trauma de ter sido afastado, abruptamente, da disputa do cargo de vice-prefeito na chapa do tucano Wilson Santos, em 2008, Kamil se revela resistente no seu idealismo e na sua disposição de contribuir para a melhoria das condições de vida da população cuiabana, com o conhecimento e a experiência que acumulou através dos anos. Kamil Fares confirma a existência de especulações de que vaga de vice na chapa de Wilson – que acabou sendo ocupada por Chico Galindo – pode ter sido negociada pela “cifra assustadora” de R$ 25 milhões. Leia, agora, os principais trechos da entrevista:
CO POPULAR – O senhor está sendo apresentado pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT), como candidato à Prefeitura de Cuiabá. Quais são as suas credenciais para ser prefeito dessa cidade?
KAMIL FARES – A minha maior credencial é a disposição de não ficar afastado de um processo que interessa a todos nós. Isso significa ter uma participação ativa, o que passa por um envolvimento com o partido e com as pessoas. Fui convidado pelo senador Pedro Taques para participar do processo e disse a ele que estaria disposto a ajudar no ideal dele, que também é o meu ideal. Acho que a minha experiência como medico pesou, já que trabalho há 36 anos como médico, com milhares de pessoas atendidas, desde o começo no Hospital Geral, aonde a gente operava dia e noite. Eu fui o mentor e participei da criação do Instituto Médico Legal, em Cuiabá, na época do Garcia Neto. Naquele época você não tinha nenhuma condição de analisar a causa mortis de ninguém, por isso fui homenageado como primeiro diretor do IML. Nesses anos todos, nós fizemos muitos trabalhos sociais, participamos da estruturação da Unimed, então, eu conheço a cidade de Cuiabá, tenho participado intensamente da vida da cidade e sei das dificuldades enormes e, às vezes até intransponíveis, de você conseguir sobreviver em meio à miséria.
CO POPULAR – O seu nome é cogitado pelo PDT mas o PDT está orbitando em torno da coligação “Mato Grosso Muito Mais”. Quais são as suas chances efetivas, diante da candidatura do Mauro Mendes, de ser efetivamente o candidato que traduzirá este ideal expresso pelo senador Taques?
KAMIL FARES – Veja bem, precisamos ser muito claros em tudo aquilo que a gente coloca. Eu sei o custo das coisas. Já administrei a Unimed por 6 anos, estou em São Paulo, atuando junto à Federação da Unimed. E sei o que significa uma campanha eleitoral também porque já fui candidato na primeira eleição do PSDB, quando Luis Soares foi candidato a governador e tive mais votos na época que a Serys, mas não fui eleito porque o Luis não quis fazer ligação com o PDT do Dante e o Dante fez 60 mil votos e não foi eleito. Se tivéssemos coligado, elegia o Dante, elegia o Kamil e a gente teria um deputado estadual, isso há anos atrás. Então, sei que tem custos, então se você for fazer uma candidatura do PDT isolada hoje você vai ter custo, nós faremos uma candidatura praticamente com pouquíssimos recursos e, de repente, se cair na graça da população essa candidatura, como caiu na graça da população o Pedro Taques, é possível que a gente se eleja de uma forma muito tranquila, não precisando inclusive de fazer concessões futuras em relação aos apoios financeiros. A ideia inicial era compor com Mauro porque tem esse potencial financeiro e tem essa possibilidade de agregar também. Agora, se não der certo essa parceria, a gente tem conversado muito, eu, o senador, o Adevair Cabral sobre como formatar uma campanha. Importante é que essa vontade, esse ideal de participar, se sobrepõe a qualquer dificuldade e vamos de alguma forma pra essa guerra também.
CO POPULAR – O seu nome é cogitado pelo PDT mas o PDT está orbitando em torno da coligação “Mato Grosso Muito Mais”. Quais são as suas chances efetivas, diante da candidatura do Mauro Mendes, de ser efetivamente o candidato que traduzirá este ideal expresso pelo senador Taques?
KAMIL FARES – Veja bem, precisamos ser muito claros em tudo aquilo que a gente coloca. Eu sei o custo das coisas. Já administrei a Unimed por 6 anos, estou em São Paulo, atuando junto à Federação da Unimed. E sei o que significa uma campanha eleitoral também porque já fui candidato na primeira eleição do PSDB, quando Luis Soares foi candidato a governador e tive mais votos na época que a Serys, mas não fui eleito porque o Luis não quis fazer ligação com o PDT do Dante e o Dante fez 60 mil votos e não foi eleito. Se tivéssemos coligado, elegia o Dante, elegia o Kamil e a gente teria um deputado estadual, isso há anos atrás. Então, sei que tem custos, então se você for fazer uma candidatura do PDT isolada hoje você vai ter custo, nós faremos uma candidatura praticamente com pouquíssimos recursos e, de repente, se cair na graça da população essa candidatura, como caiu na graça da população o Pedro Taques, é possível que a gente se eleja de uma forma muito tranquila, não precisando inclusive de fazer concessões futuras em relação aos apoios financeiros. A ideia inicial era compor com Mauro porque tem esse potencial financeiro e tem essa possibilidade de agregar também. Agora, se não der certo essa parceria, a gente tem conversado muito, eu, o senador, o Adevair Cabral sobre como formatar uma campanha. Importante é que essa vontade, esse ideal de participar, se sobrepõe a qualquer dificuldade e vamos de alguma forma pra essa guerra também.
CO POPULAR – O senhor já esteve no PSDB e disputou para deputado estadual, no inicio da década de 90, e, depois, como possível candidato a vice do Wilson Santos, em 2008. Agora o senhor escolhe o PDT. Qual a lógica por trás dessas escolhas partidárias?
KAMIL FARES – Você sabe que o partido é feito de pessoas, dependendo do grupo que conduz o partido, o partido pode tomar pra direita, pra esquerda e pro centro. As ideologias hoje elas não são partidárias. Esse troca-troca de partidos é uma coisa extremamente comum, é uma coisa extremamente confortável dependendo do interesse da pessoa. O PDT é um partido que tem historia, mas muito mais do que o PDT ter historia, tempos em Mato Grosso um representante desse partido que tem uma historia real que é o senador Pedro Taques. Então, essa vontade dele de buscar mudanças é que estimula as pessoas a migrarem pro lado dele. Com relação ao PSDB e ao vice, posso dizer, com certeza, que nas reuniões que participo no PDT, as coisas são mais leves, os interesses são comuns e o interesse é a população, é a lei, é a regra, é a diminuição da miséria, da criminalidade, da ausência do poder publico junto à população. O Pedro Taques tem um sonho e nós estamos embarcando neste sonho com ele porque acreditamos que quem sonha com firmeza, tem chances de realizar esse sonho.
CO POPULAR – E a experiência de ter sido cogitado pra vice de Wilson Santos e depois acabar sendo substituído, de última hora por Chico Galindo, foi um processo traumático para o senhor? Ficou alguma mágoa com relação à campanha do Wilson? Muitos esperavam que o senhor fosse vice e hoje, certamente, seria o prefeito de Cuiabá.
KAMIL FARES – Isso foi resolvido à meia noite, na véspera da oficialização da vice. Eu estava na reunião e fiz a defesa do meu nome como vice, uma vez que havia essa perspectiva do Wilson sair depois para governador. E eu percebi nitidamente que ali havia uma tendência muito grande de que eu não fosse vice. Eu sou observador, aprendi nos últimos anos a olhar nos olhos das pessoas, na expressão e até no balbuciar, quando uma pessoa está falando alguma coisa pra dentro. E eu não era interessante para aquele grupo. Daquelas 15 pessoas ali reunidas, duas oficializaram o apoio a minha candidatura. Então, então aquilo não era do coração, não era da razão, aquilo era de interesse. A coisa ficou definida assim.
CO POPULAR – E a experiência de ter sido cogitado pra vice de Wilson Santos e depois acabar sendo substituído, de última hora por Chico Galindo, foi um processo traumático para o senhor? Ficou alguma mágoa com relação à campanha do Wilson? Muitos esperavam que o senhor fosse vice e hoje, certamente, seria o prefeito de Cuiabá.
KAMIL FARES – Isso foi resolvido à meia noite, na véspera da oficialização da vice. Eu estava na reunião e fiz a defesa do meu nome como vice, uma vez que havia essa perspectiva do Wilson sair depois para governador. E eu percebi nitidamente que ali havia uma tendência muito grande de que eu não fosse vice. Eu sou observador, aprendi nos últimos anos a olhar nos olhos das pessoas, na expressão e até no balbuciar, quando uma pessoa está falando alguma coisa pra dentro. E eu não era interessante para aquele grupo. Daquelas 15 pessoas ali reunidas, duas oficializaram o apoio a minha candidatura. Então, então aquilo não era do coração, não era da razão, aquilo era de interesse. A coisa ficou definida assim.
CO POPULAR – Um dos secretários do Wilson, dia desses, conversando comigo disse que nessa escolha do vice, na campanha do PSDB, em 2008, pesou a questão financeira, a capacidade de investimento. O senhor teria alguma coisa a esclarecer sobre isso?
KAMIL FARES – Eu também ouvi isso e também ouvi o valor da cifra, também assustadora.
CO POPULAR – A vaga de vice do PSDB, segundo esta fonte, teria sido negociada por 25 milhões.
KAMIL FARES – Eu ouvi esse valor de uma pessoa altamente qualificada, honesta, integra. Agora, como eu não vi, ouvi mas não vi, só posso afirmar que o que você ouviu eu também ouvi. Eu fui sendo cerceado através de indiretas, diziam “o Kamil não vai por dinheiro pra se eleger”. Vou falar pra você, eu trabalho, você trabalha, todos nós trabalhamos e pra você tirar esse dinheiro se você tiver pra colocar numa campanha é difícil que você ache um benemérito que faça uma doação desse dinheiro.
KAMIL FARES – Eu também ouvi isso e também ouvi o valor da cifra, também assustadora.
CO POPULAR – A vaga de vice do PSDB, segundo esta fonte, teria sido negociada por 25 milhões.
KAMIL FARES – Eu ouvi esse valor de uma pessoa altamente qualificada, honesta, integra. Agora, como eu não vi, ouvi mas não vi, só posso afirmar que o que você ouviu eu também ouvi. Eu fui sendo cerceado através de indiretas, diziam “o Kamil não vai por dinheiro pra se eleger”. Vou falar pra você, eu trabalho, você trabalha, todos nós trabalhamos e pra você tirar esse dinheiro se você tiver pra colocar numa campanha é difícil que você ache um benemérito que faça uma doação desse dinheiro.
CO POPULAR – Agora num ambiente mais leve, mais tranquilo, como o senhor mesmo diz, que seria o ambiente do PDT, como é que o senhor se prepara pra ser prefeito de Cuiabá?
KAMIL FARES – A prefeitura não deixa de ser uma grande empresa. Qual é a função de uma prefeitura? Garantir saúde, segurança, educação, bem estar da população, evitar que as pessoas morram antes do tempo. Eu tô falando de saúde porque é mais a minha área. Você tem que atuar como num paciente que já tem pressão alta: dando remédio e fazendo orientação. E agora para ele não chegar nessa pressão alta, o que você faz? Porque se você não trata esse paciente desde o momento em que aparece a doença, ele vai morrer 10, 20 anos mais cedo que aquele que tem dinheiro e remédio pra pressão. É uma conclusão banal. Um paciente que pode pagar plano de saúde, hoje vive 15, 20 anos mais que um paciente humilde que não consegue fazer os exames. Então, a prefeitura tem que ser entendida como uma empresa que tem que criar condições, se antecipar no tratamento das doenças da cidade.
CO POPULAR – Quando se fala em saúde, em Cuiabá, existem dois problemas que pairam como espada de Damocles sobre a cidade que é o Hospital Central inconcluso e um pronto socorro que volta e meia alimenta o escândalo das reportagens. Como resolvê-los ?
KAMIL FARES – Veja bem, Cuiabá realmente precisa de um hospital para cirurgias complexas. É importante que esse hospital não seja daquela demanda da dor de barriga, da gripe, da dengue. Para isso, você precisa ter satélites na cidade inteira, esses satélites teriam que atender essa parte secundária porque as primárias seriam aqueles primeiros atendimentos dos programas de governo. Se se você conseguir estruturar esses satélites nos quatro polos da cidade – norte, sul, leste, oeste – com atendimento com médico, você não sobrecarrega o hospital e o hospital passa a fazer esse trabalho de alta complexidade. Essa alta complexidade vai ser drenada pelos postos e ai você precisa ter um centro de diagnostico bem estruturado, um centro de diagnostico grande que pode ser agregado a esse grande hospital porque o paciente não pode mais ficar passeando: recebe um atendimento aqui, vai fazer um exame ali, outro acolá. Com o hospital e esse centro de diagnóstico bem estruturado, você agiliza o atendimento, agiliza o diagnóstico e agiliza o tratamento.
CO POPULAR – Cuiabá está mergulhada na preparação para a Copa. O cidadão vive temendo que a cidade será revolvida e não se terá o que se sonha, que é o VLT funcionando, uma cidade melhor organizada. Qual seu diagnóstico?
KAMIL FARES – A prefeitura não deixa de ser uma grande empresa. Qual é a função de uma prefeitura? Garantir saúde, segurança, educação, bem estar da população, evitar que as pessoas morram antes do tempo. Eu tô falando de saúde porque é mais a minha área. Você tem que atuar como num paciente que já tem pressão alta: dando remédio e fazendo orientação. E agora para ele não chegar nessa pressão alta, o que você faz? Porque se você não trata esse paciente desde o momento em que aparece a doença, ele vai morrer 10, 20 anos mais cedo que aquele que tem dinheiro e remédio pra pressão. É uma conclusão banal. Um paciente que pode pagar plano de saúde, hoje vive 15, 20 anos mais que um paciente humilde que não consegue fazer os exames. Então, a prefeitura tem que ser entendida como uma empresa que tem que criar condições, se antecipar no tratamento das doenças da cidade.
CO POPULAR – Quando se fala em saúde, em Cuiabá, existem dois problemas que pairam como espada de Damocles sobre a cidade que é o Hospital Central inconcluso e um pronto socorro que volta e meia alimenta o escândalo das reportagens. Como resolvê-los ?
KAMIL FARES – Veja bem, Cuiabá realmente precisa de um hospital para cirurgias complexas. É importante que esse hospital não seja daquela demanda da dor de barriga, da gripe, da dengue. Para isso, você precisa ter satélites na cidade inteira, esses satélites teriam que atender essa parte secundária porque as primárias seriam aqueles primeiros atendimentos dos programas de governo. Se se você conseguir estruturar esses satélites nos quatro polos da cidade – norte, sul, leste, oeste – com atendimento com médico, você não sobrecarrega o hospital e o hospital passa a fazer esse trabalho de alta complexidade. Essa alta complexidade vai ser drenada pelos postos e ai você precisa ter um centro de diagnostico bem estruturado, um centro de diagnostico grande que pode ser agregado a esse grande hospital porque o paciente não pode mais ficar passeando: recebe um atendimento aqui, vai fazer um exame ali, outro acolá. Com o hospital e esse centro de diagnóstico bem estruturado, você agiliza o atendimento, agiliza o diagnóstico e agiliza o tratamento.
CO POPULAR – Cuiabá está mergulhada na preparação para a Copa. O cidadão vive temendo que a cidade será revolvida e não se terá o que se sonha, que é o VLT funcionando, uma cidade melhor organizada. Qual seu diagnóstico?
KAMIL FARES – A minha opinião é que as pessoas tem muita vaidade, tem muito interesse pessoal nisso tudo. Mato Grosso é um estado rico mas está ficando cada vez mais endividado. Ora, se o Estado que tem este potencial todo está endividado, imagine os municípios, cuja arrecadação não é lá essas coisas. Cuiabá foi contemplado com a possibilidade de fazer a Copa mas, no ritmo em que vem se fazendo as obras, vamos ter muita dificuldade de cumprir os prazos. O VLT tudo indica que não vai dar mais tempo. Acho que o processo político está muito mais influente hoje no Estado que o processo racional. Faltam decisões mais ágeis.
CO POPULAR –. Como é que o senhor motivaria o cidadão , muitas das vezes refratário a essa participação política, para que acompanhasse mais atentamente o processo eleitoral que se aproxima, na disputa pelo comando da Prefeitura de Cuiabá?
KAMIL FARES – Eu perguntaria para o cidadão uma coisa: você prefere ganhar 30 reais no dia da eleição e comprometer o seu futuro e o futuro de seus filhos ou prefere escolher uma pessoa que te represente sem interesses secundários? Se, eventualmente, tiver essa oportunidade de fazer alguma coisa pela cidade que eu adoro, pois moro aqui, meus filhos e meus netos estão aqui, eu vou fazer. Eu, pessoalmente, não preciso de mais nada além daquilo que já tenho, que é a minha família e a minha condição financeira estável. Então, acho que todos devemos contribuir dando uma parte do nosso tempo ou até o tempo que for necessário pra que a gente ajude aos nossos semelhantes .
KAMIL FARES – Eu perguntaria para o cidadão uma coisa: você prefere ganhar 30 reais no dia da eleição e comprometer o seu futuro e o futuro de seus filhos ou prefere escolher uma pessoa que te represente sem interesses secundários? Se, eventualmente, tiver essa oportunidade de fazer alguma coisa pela cidade que eu adoro, pois moro aqui, meus filhos e meus netos estão aqui, eu vou fazer. Eu, pessoalmente, não preciso de mais nada além daquilo que já tenho, que é a minha família e a minha condição financeira estável. Então, acho que todos devemos contribuir dando uma parte do nosso tempo ou até o tempo que for necessário pra que a gente ajude aos nossos semelhantes .
FONTE CENTRO OESTE POPULAR
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