RIVA;Sob ameaças, líderes se ausentam

ANA ROSA FAGUNDES
Da Reportagem

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, participou ontem a noite do ato de fundação do PSD em Mato Grosso. No Estado, a sigla promete nascer com grande peso político pelo número de deputados, prefeitos e vereadores. Mas embora o auditório da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM) estivesse lotado, a ausência de várias lideranças políticas foi sentida. Com receio da perda do mandato por infidelidade partidária, nomes que declararam migrar de sigla não compareceram ao evento.

Para Kassab, as legenda usam instrumentos para intimidar os que manifestaram a mudança de partido, não só em Mato Grosso. “Acho um equívoco essas medidas de intimidação porque nossa legislação prevê a mudança para um partido que está sendo criado. Estamos dentro da legalidade, com total segurança jurídica”, disse o prefeito e idealizado do novo partido.

Além do presidente da Assembleia Legislativa, José Riva (PP), principal líder do PSD em Mato Grosso, de deputados estaduais só estavam presentes no evento Luizinho Magalhães (PP) e Airton Português (PP). Riva criticou a medida dos partidos que ameaçaram cassar os que participassem do evento, pois, segundo ele, a criação do partido está amparada pela legislação eleitoral. “Não falta adversário torcendo para dar errado”, disse Riva.

Kassab ressaltou que o Mato Grosso contribuiu de forma expressiva para a construção do partido, pois conseguiu um grande número de apoiadores e filiados. Ele lembrou que no Brasil a legenda nasce com cerca 40 deputados federais, dois governadores, seis vice-governadores e dois senadores. Junto com o senador acreano Sérgio Petecão, Kassab disse que dentro de uma semana o PSD será registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Com relação às denúncias de fraudes na coleta de assinaturas para o manifesto de criação (são necessárias 500 mil assinaturas), Kassab disse que isso não é necessário, pois o partido não tem dificuldade de conseguir apoio.