Há
pouco mais de um ano, o Haiti desmoronava. Um terremoto de 7.0 graus na
escala Richter abalava as estruturas da empobrecida nação caribenha e
fazia o mundo voltar os olhos para o amontoado de destroços e corpos em
que se transformou a capital, Porto Príncipe. Em meio à tragédia,
algumas histórias se tornaram símbolo do tremor, seja pela esperança ou
curiosidade que despertaram. Relembre abaixo cinco delas.
15 dias depois, a última resgatada
No
dia 27 de janeiro de 2010, o mundo assistiu perplexo uma jovem ser
retirada dos escombros, 15 dias depois do terremoto que devastou o
Haiti. Darlene Etienne, 17 anos, foi a última pessoa resgatada com vida
por equipes de socorro, graças a vizinhos que vasculhavam os destroços
quando ouviram sua voz implorando ajuda. As operações de resgate tinham
terminado oficialmente cinco dias antes.
Equipe de resgate retira Darlene Etienne dos escombros de uma escola, 15 dias após o terremoto Foto:AFP A
emoção tomou conta da multidão que aplaudiu entusiasmada enquanto
socorristas franceses e haitianos retiravam Darlene dos escombros.
Embora muito fraca, a jovem conseguiu dizer "obrigada" aos que salvaram
sua vida. Darlene estava no banheiro da escola em que estudava quando o
prédio desabou e só sobreviveu porque bebeu água de uma banheira. Nem
mesmo a família da jovem tinha esperança de que ela ainda pudesse ser
encontrada quando a Cruz Vermelha ligou e deu a notícia. Depois de
resgatada, Darlene passou nove dias em um navio-hospital francês.
Minimamente recuperada, a jovem foi levada para um dos campos de
refugiados espalhados por Porto Príncipe.
18 dias e muita vontade de viver
No
dia 12 de janeiro de 2010, Michelene Joassaint amamentou Elizabeth, de
apenas 18 dias e colocou-a na cama para dormir. Ela não sabia que um
terremoto pouco depois destruiria a casa
em que moravam. Oito dias mais tarde, já em um campo de desabrigados e
sem esperança de reencontrar a filha, ela recebeu a notícia de que
equipes de resgate tinham encontrado Elizabeth entre escombros, na mesma
cama em que dormia no dia do tremor.
Inexplicavelmente, a
menina não tinha nenhum ferimento e recuperou-se muito bem. A notícia
motivou também os trabalhadores, que se encheram de esperança de
encontrar mais sobreviventes em meio ao caos.
O primeiro parto renova esperança
Menos
de dez dias depois do terremoto, a esperança se renovava com o
nascimento da pequena Esther, em um navio-hospital dos Estados Unidos.
Sete semanas antes do previsto e pesando pouco mais de 2 kg, a menina
veio ao mundo quando o país já contava seus mortos aos milhares. A mãe,
ferida nos desabamentos, tinha fraturas no fêmur e não pode esperar mais
para dar à luz Esther, que mesmo assim nasceu saudável.
A menina
foi a primeira das nove crianças que nasceram a bordo do navio-hospital
USNS Comfort (T-AH 20). A embarcação chegou ao Haiti apenas um dia antes
do nascimento de Esther, em 21 de janeiro, levando centenas de médicos e
enfermeiros, civis e militares.
Luxo em meio aos caos
Apenas
três dias depois do tremor, um luxuoso cruzeiro ancorava na costa do
Haiti, a menos de 100 km da área devastada. Apesar da escolta garantida
por seguranças armados, teve quem não se arriscasse a descer da
embarcação para um coquetel à beira-mar por medo de ser saqueado por
haitianos desesperados, sem água ou comida. Houve também quem ficasse no
navio pelo mal estar que a situação provocou. Afinal, enquanto os
turistas desfrutavam das regalias de um resort de luxo, a quilômetros
dali, a população "empilhava corpos em Porto Príncipe", como afirmou um
dos passageiros na época.
A Royal Caribbean,
proprietária do navio, anunciou que a embarcação, além de ricos
viajantes, levava ao Haiti ajuda aos desabrigados e se comprometeu a
doar parte da renda
com a visita ao país às vítimas da tragédia. Uma emissora de TV
americana chegou a acompanhar uma das viagens ao Haiti e registrar o
desembarque de garrafas de água destinadas aos sobreviventes.
Sexo por um prato de comida
Nos
meses que seguiram o terremoto, os haitianos precisaram seguir em
frente. Centenas de meninas e jovens ficaram órfãs e encontraram na
prostituição a única saída para sobreviver. Por uns trocados ou um prato
de comida, elas passaram a se submeter a ter relações sexuais em
barracos improvisados, no chão e em meio a destroços de prédios destruídos pelo tremor.
De
acordo com a Human Rights, a prostituição é um dos poucos setores que
cresceu na capital Porto Príncipe após o tremor. Paralelo a isso,
cresceu também a violência sexual contra as mulheres no país. Nos campos
de concentração lotados e sem nenhuma privacidade, entre lençóis e
pedaços de pau, elas ainda tentam escapar de mais este sofrimento.
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