Thereza Felipelli - Imprensa Livre
São Sebastião – Ontem, por volta das 13h, na Praia Grande, uma cena ocorrida dentro do mar colocou uma “pulga atrás da orelha” de algumas pessoas que a presenciaram.
Um homem de 38 anos, J.N.S., estava com A.S.S., uma menina de 10 anos, em atitudes que geraram suspeita de pedofilia.
A.P., guarda-vidas da referida praia, disse que, ao ver o homem passando a mão na menina e abraçando-a fortemente, por trás e pela frente, começou a apitar, chamando sua atenção, sem obter nenhuma reação de J.N.S. Somente quando ele ameaçou entrar no mar para abordá-lo, o suspeito se dirigiu para a areia calmamente. Ele, que não parecia ter seu membro ereto, afirmou ter vindo de Ribeirão Pires em excursão, com autorização verbal da mãe da menina, que era seu padrinho de consideração – uma espécie de segundo pai - e estava apenas ensinando A.S.S. a nadar.
Ele chegou a usar o telefone para supostamente falar com a mãe da criança, que confirmou o declarado. Ainda segundo o guarda-vidas, a criança, assustada, não disse nada naquele momento.
Apesar de não poder afirmar nada, pois o mar atrapalhava a visibilidade, o profissional utilizou a base da Defesa Civil para manter ambos aguardando a chegada da Polícia Militar.
Eles foram conduzidos para o 1° DP da cidade, na Vila Amélia, onde prestaram depoimentos, juntamente com algumas testemunhas que estavam no local.
Depoimentos
Segundo informações da Delegacia Seccional no Litoral Norte, A.S.C., 61 anos, aparentemente a avó da menina, também de Ribeirão Pires, disse que a mesma não recebeu nenhuma autorização formal da mãe para participar daquela excursão. Segundo ela, o homem se afastou do grupo com a menina para se banhar e, por isso, ela não presenciou o ocorrido.
Uma outra testemunha, A.M.W., 30 anos, fisioterapeuta, viu toda a cena e afirma que dava, sim, a entender que ele abusava da menina, mas disse que não pode afirmar nada, pois a água encobria as pessoas da cintura para baixo.
J.N.S., o acusado, afirmou, ainda, à polícia, que de fato colocou suas mãos no corpo da menina, com o intuito apenas de fazê-la flutuar, e nega ter feito qualquer ato libidinoso contra a mesma. A menina, A.S.S., na presença de Conselho Tutelar da cidade, disse reconhecê-lo como seu padrinho e possuir autorização de sua mãe para vir passear. Ainda segundo ela, J.N.S. a ensinava a nadar e, em alguns momentos, colocava suas mãos nela para segurá-la da maré e também a abraçava para que não afundasse. Ela afirma, ainda, saber o que é sexo, e nega que ele tenha cometido qualquer abuso, dizendo também não ter sentido seu membro ereto.
A menor de idade passaria ontem por exame médico em Caraguatatuba, o que irá gerar um laudo, que será juntado ao TC – Termo Circunstanciado de Polícia Judiciária.
De acordo com a Seccional, há muita contradição entre as declarações e tudo será encaminhado ao Fórum Municipal, onde o promotor decidirá os próximos passos do caso.
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