O vereador João Paulo Salles, conhecido como palhaço Choquito  Foto: Câmara Municipal de Marília / Especial para Terra
O vereador João Paulo Salles, conhecido como palhaço Choquito
Foto: Câmara Municipal de Marília / Especial para Terra
  • Direto de Marília

Polícia Civil de Marília, no interior de São Paulo, abriu inquérito para investigar suposto caso de pedofilia envolvendo o vereador João Paulo Salles (PSD), 33 anos, conhecido na cidade como Choquito. Antes de se tornar parlamentar o vereador trabalhava como palhaço animando festas infantis.  
Na semana passada foi entregue anonimamente no 4°Distrito Policial um DVD contendo imagens do vereador em cenas de sexo explícito com duas jovens que seriam menores de 18 anos. 
A Polícia Civil obteve mandando de busca na Justiça e apreendeu computadores na casa do vereador e no gabinete dele na Câmara. Os computadores foram encaminhados para perícia e o resultado deve sair em cerca de 20 dias. 
A investigação do caso está sendo conduzida pela Delegacia Seccional de Marília e não pelo 4° DP já que o acusado possui mandato eletivo. Apesar do procedimento, o delegado seccional Luis Fernando Quinteiro informou que o vereador não tem foro privilegiado.
Segundo o delegado, com base nas informações apuradas até o momento, uma das jovens que aparece no vídeo com o vereador tem cerca de 14 anos. As duas jovens já foram identificadas pela polícia. Tanto elas como os pais serão convocados a depor no inquérito. 
Segundo o delegado, com base nas informações apuradas até o momento, uma das jovens que aparece no vídeo com o vereador tem cerca de 14 anos Foto: Izabel Dias / Especial para Terra
Segundo o delegado, com base nas informações apuradas até o momento, uma das jovens que aparece no vídeo com o vereador tem cerca de 14 anos
Foto: Izabel Dias / Especial para Terra
Quinteiro explicou que até o momento o que está caracterizado é o crime de infração ao artigo 240 do Estatuto da Criança e do Adolescente - produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente. A pena para o crime é de quatro a oito anos de reclusão.
Se nos computadores do vereador forem localizadas imagens de sexo envolvendo menores de 18 anos ele poderá ser indiciado também pelo crime de pedofilia. 
O delegado afirmou que vai iniciar a fase de depoimento dos envolvidos e o vereador acusado será o último a ser ouvido. A previsão é de que o inquérito seja concluído em até 30 dias. 
Câmara aguardará investigações
O presidente da Câmara de Vereadores de Marília, Luis Eduardo Nardi (PR), disse que é “extremamente constrangedor” um fato como esse envolvendo um vereador da Casa, mas que é necessário aguardar a conclusão das investigações. “Ficamos consternados com uma situação como essa e vamos esperar os desdobramentos. Não podemos nos antecipar e fazer um julgamento”, disse. 
Nardi afirmou que caso seja comprovado crime, há no regimento interno da Câmara, instrumentos para que o vereador seja punido. 
João Paulo Salles está cumprindo seu primeiro mandato. Ele foi eleito com 1.407 votos e preside a Comissão de Educação e Cultura da Câmara. 
Depois que as denúncias contra ele vieram à tona e os computadores foram apreendidos pela Polícia, ele teria tentado suicídio ingerindo medicamentos e chegou a passar por uma lavagem estomacal no Hospital das Clínicas de Marília. Ontem ele teria se internado no hospital São Francisco com depressão. O vereador não participou da sessão da Câmara realizada hoje e não deu qualquer declaração sobre as denúncias. 
Especial para Terra