Defesa tentou mudar estratégia e alegar inocência de Carlos Henrique.
Crime ocorrido em novembro do ano passado comoveu os cuiabanos.
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Depois de quase 10 horas de julgamento, o Tribunal do Júri da Comarca de Cuiabá decidiu condenar Carlos Henrique Costa Carvalho a 44 anos e seis meses de prisão em regime fechado pelo assassinato do garoto Ryan Alves Camargo e da avó da criança, Admárcia Mônica da Silva Alves. O crime aconteceu em novembro do ano passado e comoveu a população cuiabana.
Apesar de ter confessado em juízo ser o autor do duplo homicídio contra Ryan e Admárcia, o réu decidiu mudar a versão do depoimento e alegar inocência. O advogado de defesa Jorge Godoy defendeu a tese de que o acusado não cometeu os crimes e disse “não haver provas suficientes para a condenação”. O júri, no entanto, entendeu que Carlos Henrique cometeu o duplo assassinato, sem chances de defesa das vítimas e por motivo torpe. Admárcia foi assassinada a facadas e teve o corpo parcialmente queimado. O garoto de quatro anos morreu afogado depois de ser jogado do alto da ponte Júlio Müller no Rio Cuiabá.
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Julgamento
A juíza Mônica Catarina Perri Siqueira, da 1ª Vara Criminal da capital, conduziu o Tribunal do Júri nesta terça-feira. Ao todo foram arroladas 11 testemunhas, sendo seis de acusação e cinco de defesa. No entanto, o advogado do réu dispensou as testemunhas de defesa durante o julgamento.
A juíza Mônica Catarina Perri Siqueira, da 1ª Vara Criminal da capital, conduziu o Tribunal do Júri nesta terça-feira. Ao todo foram arroladas 11 testemunhas, sendo seis de acusação e cinco de defesa. No entanto, o advogado do réu dispensou as testemunhas de defesa durante o julgamento.
A primeira a depor foi a ex-namorada do réu e mãe da criança, Thassya Alves, de 24 anos. Ela declarou que Carlos já havia feito ameaças contra a mãe dela, Admárcia. O crime teria ocorrido porque o acusado não aceitava o fim do relacionamento com Thassya. Para o promotor de justiça João Augusto Veras Gadelha, a tese de defesa é absurda. “Acho meio absurdo isso, porque ele já confessou os crimes em juízo”, observou.
Três meses após o crime, o jovem prestou depoimento na 1ª Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher e confessou ser autor dos assassinatos. A princípio, negou e, após quase três horas, disse ter jogado a criança da ponte porque ela teria testemunhado a morte da avó.
A tragédia chocou a população, que chegou a fazer passeata nas ruas da capital pedindo justiça. “Contra fatos não há argumentos. Há testemunhas que viram ele assassinar o Ryan e jogar o meu filho da ponte. Ele sabia que meu filho tinha pavor de água”, declarou Lauro Pereira Camargo, pai da vítima.
O crime
Thassya Alves namorou Carlos Henrique por alguns meses e chegou a morar com o filho dela na residência dos pais do rapaz. Mas o relacionamento do casal era conturbado e o acusado já havia sido detido por tentar agredi-la e por ameaça. Na data do crime, eles estavam separados. Na manhã do dia 11 de novembro de 2012, um domingo, o acusado foi até a casa da ex-sogra à procura de Thassya, mas a garota não estava. Na ocasião, o suspeito e a ex-sogra teriam discutido quando ocorreu o assassinato. Admárcia foi esfaqueada e teve o corpo parcialmente carbonizado.
Thassya Alves namorou Carlos Henrique por alguns meses e chegou a morar com o filho dela na residência dos pais do rapaz. Mas o relacionamento do casal era conturbado e o acusado já havia sido detido por tentar agredi-la e por ameaça. Na data do crime, eles estavam separados. Na manhã do dia 11 de novembro de 2012, um domingo, o acusado foi até a casa da ex-sogra à procura de Thassya, mas a garota não estava. Na ocasião, o suspeito e a ex-sogra teriam discutido quando ocorreu o assassinato. Admárcia foi esfaqueada e teve o corpo parcialmente carbonizado.
O neto da vítima, de 4 anos, também estava na residência e foi levado pelo suspeito até a ponte Júlio Müller, onde foi arremessado por ele no Rio Cuiabá. O corpo do menino foi encontrado minutos depois por um pescador próximo ao local. O crime ocorreu por volta de 6h. Logo após o duplo homicídio, Carlos foi preso na residência dele. De acordo com a Polícia Militar, o rapaz chegou a ir até o local de trabalho, porém, voltou para casa depois de desconfiar que uma equipe da polícia realizava rondas pelo local. Ele permaneceu preso desde o dia do crime até o julgamento.