O promotor de Justiça da Infância e da Juventude, Mariano Jeorge, anunciou na tarde de ontem a inclusão de mais duas vítimas no processo que corre contra o proprietário da Agência de Modelo Órion, Osmir Lima Neto, preso na Operação Glamour. Com os novos casos, sobe para 19 a quantidade de menores que teriam sido exploradas sexualmente.
A inclusão foi realizada depois que o promotor recebeu dez depoimentos de modelos que teriam relatado supostos casos de abuso. As outras meninas que confirmaram apenas a tentativa de assédio serão chamadas apenas como testemunhas.
Segundo o representante do Ministério Público Estadual (MPE), a expectativa é que a primeira audiência possa ocorrer até o final de agosto.
Osmir Neto, preso no dia 3 de junho, está sendo acusado estupro de vulnerável - menor de 14 anos, estupro de menor - entre 14 e 18 anos, abuso de menor e exploração sexual que substituirá a acusação de violação sexual mediante fraude.
De acordo com os relatos feitos pelas adolescentes, o empresário supostamente oferecia oportunidades, como desfiles, trabalhos fotográficos e até divulgação da menina como destaque na
capa da revista editada por ele em troca de sexo.
Ele também foi acusado de estupro de mulheres adultas, mas os casos foram relatados seis meses depois do ocorrido, o que deixou de configurar o suposto crime. (Freud Antunes)
Defesa
O advogado Carlos Vinícius Ribeiro afirmou, em entrevista realizada no dia 19 de julho, que Osmir Lima Neto é vítima de denúncia vazia por supostas vítimas que também foram arroladas no processo resultante da Operação Delivery, que apurou casos de prostituição de menores.
Segundo o defensor, 90% das denúncias de sexo em troca de favores não existiriam e que outras adolescentes teriam consentido em fazer sexo, o que não seria crime. Ele ainda afirma que a maioria das acusações foi incentivada pela sentença dada pelo juiz da 2ª Vara da Infância e da Juventude, Romário Divino, que determinou aos acusados da Operação Delivery a pagar indenizações por danos morais a todas as menores.