Detalhes dos encontros que seriam organizados pelo prefeito Adail Pinheiro foram revelados à CPI da Exploração Sexual
A deputada federal Érika Kokay, presidente da CPI (primeira, à esquerda), retornará a Coari para novos depoimentos
A Polícia Federal retirou nesta segunda-feira (19) da cidade de Coari (a 370 quilômetros de Manaus) mais uma pessoa que testemunhou contra o prefeito do município, Adail Pinheiro (PRP), na CPI da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, da Câmara dos Deputados.
Segundo o conselheiro de Direitos Humanos e membro da organização não-governamental Movimento Nacional de Direitos Humanos Regional Amazonas e Roraima (MNDH-AM/RR), Renato de Almeida Souto, a vítima e mais quatro familiares foram incluídos no Programa de Proteção a Vítimas e Testemunhas (Provita) do Ministério da Justiça. Até ontem foram retiradas do município duas testemunhas e mais seis familiares que estão sob proteção da Justiça.
Essa última testemunha é ex-funcionária do prefeito Adail Pinheiro. E, segundo Renato de Almeida, teria dado informações sobre como se davam as festas promovidas por Adail Pinheiro, onde menores seriam exploradas sexualmente.
“A testemunha falou sobre quem eram os convidados para as festas do prefeito, o tipo de bebidas e de drogas consumidos e o que Adail dava para as menores em troca de favores sexuais”, disse Renato Almeida.
De acordo com a testemunha, segundo Renato, dependendo da idade, uma menina poderia receber de celulares a motocicletas de Adail. “As meninas eram tratadas como 1.0 (10 anos), 1.2 (12 anos), 1.3 (13 anos) e 1.4 (14 anos). De 1.0 a 1.2 recebiam celular. De 1.2 a 1.4 recebiam celular, dinheiro, aparelho odontológico e até moto modelo Biz”, contou o conselheiro.
Está marcado para as 14h do dia 27 deste mês o depoimento do prefeito de Coari à CPI da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, em Brasília. A CPI também já definiu a nova data de retorno ao município, para ouvir outras pessoas, mas manterá o dia da viagem em sigilo.
A comissão parlamentar quer ouvir Adail sobre uma suposta rede de exploração sexual de crianças e adolescentes, que seria chefiada por ele.