Os primeiros médicos cubanos que desembarcaram no Brasil para participar doprograma Mais Médicos, do governo federal, disseram neste sábado (24) que não sabem quanto receberão pelo trabalho e que vieram "por solidariedade, e não por dinheiro".
206 médicos cubanos desembarcaram em Recife, neste sábado (Foto: divulgação)
"Nós somos médicos por vocação e não por dinheiro. Trabalhamos porque nossa ajuda foi solicitada, e não por salário, nem no Brasil nem em nenhum lugar do mundo", afirmou o médico de família Nelson Rodriguez, ao desembarcar no aeroporto internacional de Recife (PE). À imprensa, outros médicos que deram entrevistas concordaram com o colega.
O voo dos cubanos pousou por volta das 14h em Recife. Em um avião fretado, vieram 206 médicos. Desses, 30 ficarão em Pernambuco e os outros irão ainda neste sábado para Brasília.
Fortaleza, Recife e Salvador receberão outros 194 médicos
No domingo (25), outro grupo de 194 médicos chega em voos que farão escalas em Fortaleza, Recife e Salvador. Os médicos cubanos desembarcaram vestindo jaleco, com bandeiras do Brasil e de Cuba. Eles foram escoltados pelo Exército e pela Marinha. Quatro deles foram levados para uma sala e conversaram com jornalistas.
Além dos cubanos, vão desembarcar até domingo outros 244 médicos estrangeiros e brasileiros com registro profissional no exterior que se inscreveram na primeira etapa do Mais Médicos. A expectativa do governo é que, até o final do ano, mais 3.600 médicos cubanosdesembarquem no Brasil para atuarem no programa.
Polêmica
A vinda dos profissionais cubanos é questionada pelo Ministério Público do Trabalho, que afirma haver desrespeito à legislação trabalhista. Os profissionais de Cuba terão condições diferentes das dos demais estrangeiros -a bolsa de R$ 10 mil mensais não será repassada aos médicos, mas ao governo de Cuba, que fará a distribuição.
Neste sábado, o ministro da Saúde Eliseu Padilha defendeu o modelo e disse que o contrato firmado pelo governo brasileiro com o país é semelhante ao estabelecido pela Organização Pan-Americana de Saúde em 58 países.