Inspirado nas redes sociais, o governo federal lançou recentemente o Observatório Participativo da Juventude ou, simplesmente, Participatório. Ele é uma plataforma virtual interativa (http://participatorio.juventude.gov.br/) que pretende estimular a produção do conhecimento sobre e para a juventude, com foco em temas pertinentes à elaboração de políticas públicas relacionadas à juventude. O objetivo é articular a produção de conhecimento em rede, promover a participação em ambientes virtuais e mobilizar a juventude em torno de temas que já estejam sendo debatidos em outros espaços.
O Participatório foi desenvolvido pela Secretaria Nacional de Juventude e usa um ambiente integrado às redes já existentes, possibilitando ao usuário se cadastrar com seu perfil do Facebook ou do Twitter. Por meio de ferramentas, como fóruns de debate, salas de bate-papo, vídeos, mapas e mecanismos de consulta, o usuário poderá acompanhar as últimas discussões realizadas no site e ter acesso a um calendário de eventos e a uma lista com as comunidades presentes na plataforma.
“Todo canal aberto para a participação é bem-vindo”, diz Itamar Batista, Gerente de Programas da Childhood Brasil. Itamar vê o Participatório como uma importante oportunidade de dar voz à juventude e às questões que ela tem levado para o debate, mas ressalta que esse não é o único canal existente. “É importante que o Participatório se una aos outros canais, amplifique as discussões e não fique engessado”, diz Itamar. Para isso, ele chama a atenção para o papel fundamental da Secretaria em promover a mediação.
A expectativa, de acordo com Itamar, é que o espaço possibilite a discussão de temas ainda pouco debatidos e que têm afetado a juventude, como é o caso do abuso sexual de crianças e adolescentes.
Desafios
O Participatório se depara com o desafio de atrair e estimular a participação dos jovens que já têm se apropriado de outros espaços virtuais para fazer suas reivindicações.
Um desses jovens é Gustavo Freire, jovem psicólogo pernambucano que tem seu perfil na rede social do governo desde o dia do lançamento oficial. Ele considera a criação do Participatório como um passo significativo e simbólico que poderá ter uma repercussão na vida dos jovens, “despertando neles o desejo de discutir sobre questões que regem suas vidas e se tornarem atuantes e visíveis em uma sociedade em insiste em negligenciar e conceber importância as suas vozes”.
Entretanto, depois de quase um mês, o psicólogo tem percebido as limitações do novo canal em possibilitar a aproximação e comunicação entre jovens e o governo. “Tenho buscado atender ao apelo da plataforma, mas parece que a comunicação tem sido unilateral, uma vez que em nenhum momento em nossas discussões qualquer esfera do governo opinou ou participou em nossos diálogos. Isso tem que ser revisto”, diz Gustavo.
O Participatório é uma plataforma simples e sua falta de atrativos também tem sido apontada como outra de suas limitações. “O layout e as ferramentas poderiam ser mais fáceis de decifrar e assim a navegação poderia se tornar mais ágil e atraente”, sugere Gustavo.
Para acessar o Participatório, clique aqui. (http://participatorio.juventude.gov.br/)