Nota política da Secretaria de Segurança prejudica ainda mais a versão da reitora

A nota fabricada junto com a secretaria 

de segurança pública piorou a versão da reitora.

A pressão política da reitora da Universidade Federal de Mato Grosso fez com que a secretaria de segurança emitisse nova nota oficial para aliviar a barra da reitoria, a fim de parecer um desmentido da nota da PM. Por mais esforço que tenha sido feito, a nova nota, que diga-se de passagem não foi elaborada pela PM, não sepulta as dúvidas sobre a desastrada participação da reitoria no lamentável episódio da violência contra os estudantes. Para ficar mais fácil entender, vamos à nova nota feita para atender a reitora, com os meus comentários. Diz a nota:

“E, esclarecendo a nota emitida pela Polícia Militar na data do ocorrido, a Secretaria de Segurança Pública ressalta que, por volta das 11 horas desta quarta-feira (06.03), o chefe de segurança do campus da UFMT de Cuiabá, Rubens Malcon, por orientação da prefeitura do campus, manteve contato telefônico com o comandante da Base Comunitária do bairro Boa Esperança, capitão PM Vieira, para que a Polícia Militar toma-se conhecimento que poderia ocorrer uma manifestação de estudantes”.

Vejam que não foi a polícia militar que emitiu nova nota desdizendo-se, foi a secretaria de segurança pública que emitiu nota, esclarecendo a da policia militar, mas sem desmentir a nota anterior.

Perceba também outra informação: …”por volta das 11 horas desta quarta feira, o chefe de segurança do Campus, Rubens Malcom, por orientação da prefeitura do campus…”

Como que o secretário de segurança tem a informação que o Rubens Malcom telefonou, por orientação da prefeitura do campus. A secretaria de segurança, provavelmente nem sabe que o campus tem prefeitura. Essa redação é contraditória e não desmente nada.

Continua a nota:”A secretaria de Segurança Pública afirma que todas as medidas necessárias para apurar o fato ocorrido foram tomadas. Inquérito administrativo foi instaurado pela Polícia Militar. Um oficial superior foi nomeado para acompanhar o procedimento.

A Polícia Civil também instaurou procedimento para apurar os crimes de lesão corporal, desacato à autoridade e perturbação da ordem pública. Exame delito foi realizado em todos os envolvidos no caso”.

Essa nota oficial, não restaura coisa nenhuma a participação da reitora. Ou a policia militar vem a público dizer que não foi a reitora, ou essa nota politicamente arrumada é mais um desastre na guerra de informações planejada pela reitoria. Comunicação é verdade gente. Digam só a verdade e, por enquanto o esclarecimento que mais parece verdadeiro é o da PM, em sua primeira nota oficial. Ora, a própria reitora já admitiu que chamou a polícia, informando que foi pela manhã e para proteger os alunos. Quanto mais tentarem mentir, mais vão complicar a vida da reitora. A manchete com que foi divulgada a nota favorece a reitora, o conteúdo da nota deixa ela politicamente pior, do que antes do desmentido.

A verdade precisa ser levada ao conhecimento público sem nenhuma maquiagem. Nesse sentido é preciso deixar claro:

1 – A reitora informou sim a polícia sobre a manifestação dos estudantes. Diz ela, entretanto ter solicitado o policiamento pela manhã e para dar proteção aos alunos.

2 – A nota da policia militar foi cuidadosamente estudada e maldosa. Diz a nota, – que em nenhum momento foi desmentida,-  que foi a reitora quem solicitou a presença da polícia. Indiretamente a nota quis demonstrar que a violência ocorreu em função da solicitação da reitora. Isso é inaceitável. A UFMT é uma instituição de ensino e pesquisa e a polícia não pode ignorar que ficou evidente o despreparo de alguns policiais como foi flagrantemente demonstrado.

3 – É preciso deixar claro, a reitora errou em pedir a polícia. Nunca fez bem estudantes perto da policia militar em nenhum estado brasileiro. Mas é preciso também enfatizar que a instituição responsável pela violência foi a polícia do senhor Silval Barbosa. O que se espera é que o Inquérito Policial Militar seja levado a sério e os maus policiais sejam exemplarmente punidos.

Assim, trabalhando com a verdade todos ficam mais protegidos e cada um responde pelo seu erro.

      

           

por Antero Paes de Barros

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