Ministério Público investiga abandono das obras da Copa


mauricioO Ministério Público decidiu abrir quatro inquéritos civis para apurar as circunstâncias do abandono do canteiro da Arena Pantanal pela construtora Santa Bárbara e da rescisão dos três contratos firmados pelo governo com a Ster Engenharia.

De acordo com o promotor Clóvis de Almeida Júnior, que faz parte do Geacopa (Grupo Especial de Acompanhamento das Obras da Copa do Mundo 2014), o objetivo é também avaliar o “impacto” dos episódios à preparação do evento.
“Há muito que esclarecer em relação a estas alterações repentinas. Não iremos permitir que estes fatos sirvam de justificativa para contratações emergenciais que tragam prejuízo aos cofres públicos”, disse o promotor.
O anúncio da saída da Santa Bárbara, que passa por sérias dificuldades financeiras e está em processo de recuperação judicial, foi feito anteontem pela Secopa.
À ocasião, o secretário Maurício Guimarães disse que a construtora Mendes Júnior, outra integrante do consórcio construtor, assumiria “todas as garantias” e negou qualquer risco aos “prazos contratuais”, que preveem a entrega da obra em outubro próximo.
Ontem, em nota, a empreiteira Mendes Júnior confirmou que irá assumir “integralmente a condução das obras”.
“A decisão foi tomada em comum acordo entre as partes e aceita pela Secopa visando à preservação do empreendimento e o bom andamento das obras”, disse a nota, em um trecho.
A secretaria também anunciou a rescisão dos contratos firmados com a Ster Engenharia para a construção das trincheiras Mário Andreazza, Santa Rosa e Verdão.
Segundo declarou o secretário, a empresa não atendeu a diversas notificações e advertências sobre o descumprimento dos prazos estabelecidos.
Guimarães prometeu que uma solução para a continuidade das obras será encontrada em no máximo 15 dias.
“São três possibilidades que temos: convocar a segunda colocada, fazer novo processo licitatório ou fazer contratação emergencial.”
Ele admitiu, porém, que o governo trabalha principalmente com a possibilidade de uma contratação emergencial (sem licitação), em razão da “importância das obras”. “Estas obras estão no entorno da Arena. São fundamentais para o evento”.
Para o promotor, a alternativa encontrada deve ser a “menos onerosa possível”. “Vamos investigar a situação das empresas que estão saindo, quanto receberam ou têm a receber. E nos assegurar que haja uma contratação correta”, disse.
Procurada, a direção da Ster Engenharia não quis comentar o episódio. Não foi possível contato com a assessoria de imprensa da Santa Bárbara.
(Rodrigo Vargas – Diário de Cuiabá)

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